No começo da noite da sexta-feira, 21, centenas de pessoas reuniram-se na Praça Silvio Romero, no Tatuapé, para protestar contra o governo por mais saúde, educação e moradia. Os manifestantes também carregavam faixas com críticas aos políticos brasileiros e cartazes contra a PEC 37 e o dinheiro que foi direcionado para a Copa do Mundo. O comércio do entorno fechou e vários carros e motos da Polícia Militar chegaram à praça para acompanhar os manifestantes que seguiram pela Rua Tuiuti, em direção à Avenida Radial Leste. Depois de tomarem as duas faixas de trânsito da avenida, os manifestantes seguiram em direção ao centro da cidade.
OAB TATUAPÉ
Na sexta-feira, a Subseção Tatuapé da Ordem dos Advogados do Brasil divulgou uma nota apoiando a manifestação pacífica no Estado e na região leste. Ainda que as manifestações tenham trazido a suspensão de prazos com o fechamento de estabelecimentos na região e do próprio Poder Judiciário, o presidente da OAB Tatuapé, Leopoldo Luis Lima Oliveira, destacou o “direito à liberdade do cidadão em um Estado Democrático”. Segundo o documento emanado da subseção por seu presidente, “o ato de manifestar contribui para a liberdade de expressão do cidadão”.
PASSE LIVRE
As manifestações, a maioria delas pacíficas, tomaram conta do País na última semana. O pontapé inicial foi em São Paulo, com o Movimento Passe Livre, que reivindicou a redução nas tarifas de ônibus e do Metrô da capital.
Depois de alguns momentos de tensão e confrontos, na quarta-feira, dia 19, veio o tão esperado anúncio da redução da tarifa, feito pelo prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin. A tarifa passou de R$ 3,20 para R$ 3,00.
SALDO
As manifestações se estenderam para outras capitais do País e, lamentavelmente, nem tudo transcorreu pacificamente. Atos de vandalismo foram vistos em ações isoladas e o confronto com a polícia foi inevitável. O saldo: várias pessoas feridas, carros incendiados, prédios históricos depredados e sedes dos governos sofreram tentativas de invasão.
CONFEDERAÇÕES
Os atos, que levaram milhões de brasileiros às ruas, ganharam peso e aos pedidos de redução das tarifas dos ônibus e do Metrô se juntaram gritos de ordem contra a corrupção, as PECs 37 e 33, questionamentos sobre os gastos com as obras da Copa do Mundo e das Confederações, que sumiu dos noticiários, além de mais investimentos em transporte, educação segurança e saúde. Os protestos também ganharam a imprensa internacional e repercussão mundial.
VILA FORMOSA
O mesmo aconteceu na Vila Formosa. Na noite da quarta-feira, 19, um grupo saiu às ruas do bairro para chamar a atenção dos governantes. Entre os endereços percorridos estava a Avenida Eduardo Cotching que acolheu mensagens pedindo mais investimentos no bairro para uma melhor qualidade de vida para todos os cidadãos
VILA PRUDENTE
Na Vila Prudente, cerca de 150 manifestantes, na noite de quinta-feira, 20, percorreram avenidas importantes, como a Luiz Inácio de Anhaia Melo e a Jacinto de Menezes Palhares. Entre os pedidos, melhorias nas áreas da saúde e educação. A concentração aconteceu no Largo da Vila Alpina.
MOOCA
Na manhã da última sexta-feira, 21, foi a vez da Mooca. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, entidade ligada à Força Sindical, protestaram e também pediram melhorias no transporte público entre outras reivindicações. A semana de manifestações contou com moradores do bairro que foram até a Avenida Paulista com uma faixa contra os impostos e se juntaram às milhares de pessoas que pediam não só a redução da tarifa de ônibus, mas melhorias em infraestrutura no País.
ITAQUERA
Na sexta-feira, 21, mais de cem pessoas foram às ruas de Itaquera, na parte da manhã, para chamar a atenção dos governos municipal, estadual e federal. Por volta das 17 horas, do mesmo dia, lojistas e comerciantes do bairro haviam fechado seus estabelecimentos com medo de quebra-quebra e saques. Na Arena Corinthians, um grupo de torcedores se reuniu junto ao estádio à noite. Na quinta-feira, 20, moradores percorreram as ruas de Itaquera pedindo investimentos no transporte público e nas áreas da saúde e educação.
Foto em destaque: Rodrigo Geazzanel / Futura Press
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