Muitos moradores da Zona Leste ainda não se sentem seguros em utilizar a ciclovia como meio de transporte para chegar e voltar do trabalho, da escola ou faculdade. Isto porque as pessoas que trabalham e estudam ficam apreensivas em andar de bicicleta por volta das 6 horas, na ida ao emprego e depois no retorno, às 20 horas ou 23 horas, no caso dos estudantes do período da noite.
Como uma das ciclovias mais frequentadas da região Leste, a pista que tem início na estação Corinthians-Itaquera do Metrô e chega até a estação Tatuapé também está entre as mais perigosas em determinados horários. Além de ter uma iluminação precária, como esta Gazeta já havia divulgado em edições anteriores, a ciclovia também possui alguns pontos cegos. Neles, o ciclista sai do foco dos motoristas que transitam pela Avenida Radial Leste e se torna um alvo fácil para os assaltantes. O problema pode ser visto, ainda, em ciclorrotas, como a que passa pela Avenida Cassandoca e a Rua Tobias Barreto, além das ruas da Mooca e Itaqueri.
EQUIPAMENTOS
A maior preocupação está relacionada ao fato de alguns profissionais ou estudantes terem de circular pela pista levando equipamentos, como laptops, tablets ou mesmo aparelhos específicos de determinadas profissões, mas que também são muito caros. Neste sentido, jovens, empresários, comerciantes e trabalhadores de um modo geral dizem não sentir o respaldo necessário da Prefeitura, com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) ou da PM.
FALTAM PROPOSTAS
Márcio Torres, por exemplo, que mora em Guaianases e trabalha na Vila Mariana disse poder se beneficiar de alguma forma da ciclovia Itaquera-Tatuapé, no entanto, não se sente à vontade em percorrer o trecho com a devida segurança. “Percebo que os problemas não são de difícil solução, contudo a falta de propostas tem afastado mais usuários que poderiam ocupar o espaço e transformar a bicicleta realmente em uma nova opção de transporte”, avaliou.
PARQUES E PRAÇAS
Na semana passada, a Prefeitura entregou cinco bicicletas elétricas à GCM, de um lote de 50, que deverão ser entregues até o próximo ano. Os guardas ciclistas atuarão na proteção nos parques da cidade, como o Ibirapuera, na região Central, incluindo o Centro Histórico, praças e calçadões. O objetivo de incorporar as bicicletas elétricas no policiamento comunitário é aumentar a facilidade de atuação dos guardas civis sem maior desgaste físico, além de diminuir a poluição sonora e atmosférica. Apesar da disponibilidade dos equipamentos para estes locais, a Secretaria de Segurança Urbana não incorporou as ciclovias neste serviço.
Guarda Civil responde
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana, pasta responsável pela Guarda Civil Metropolitana, informou, na última sexta-feira, 28, que na região da Avenida Radial Leste e na Avenida Governador Carvalho (Tiquatira) o policiamento é efetuado por meio de rondas e policiamento fixo com Base Comunitária Móvel.
Quanto ao policiamento nas ciclovias e ciclofaixas, os GCMs ciclistas atuam em diversas regiões da cidade de São Paulo, aos fins de semana, inclusive com bicicletas elétricas. Essa ação deve ser expandida para a Zona Leste e outras regiões. Outra ação da Guarda é a de realizar a proteção nos parques da cidade, como o Ibirapuera, na região central, incluindo o Centro Histórico, além de praças e calçadões.