O projeto de acessibilidade desenvolvido para o Parque do Piqueri, localizado na Rua Tuiuti, 515, Tatuapé, há quatro anos, continua engavetado. A arquiteta Thais Frota, responsável pelo plano apresentado para a Prefeitura, e que fazia parte da equipe de projetos da então vereadora Mara Grabilli, não viu suas ideias serem concretizadas. Mara, defensora de cidades mais acessíveis, nesse período saiu da Câmara Municipal e agora é deputada federal. Quatro anos se passaram, mas as propostas da arquiteta não receberam a devida atenção. Para entender, basta relembrar o que ela disse na época e ver o parque hoje.
ENTRAVE
Em suas observações, Thais já havia notado o entrave gerado pela presença de vendedores ambulantes ao lado de duas vagas reservadas para pessoas com deficiência em frente ao Piqueri. Mais afastado do parque, ainda na Rua Tuiuti, a técnica encontrou obstáculos e pequenos desníveis na calçada. Além disso, diagnosticou a falta de piso tátil para indicar a existência de lixeiras e orelhões. A arquiteta ainda apontou o calçamento deteriorado próximo a Rua Sabatino Nastari e as guias de rebaixamento sem sinalização tátil.
MANUTENÇÃO
Diante do chão de terra batida da entrada do Piqueri, Thais afirmou ser um tipo de piso que aceita bem o “bloco de concreto intertravado”. Ela disse que é fácil de ser instalado e tem resistência ao tráfego pesado, caso haja a necessidade de entrar um veículo para manutenção. Tem também função de drenagem e é antiderrapante.
INFRAESTRUTURA
A arquiteta relatou, em seu projeto, que o local já possuía infraestrutura para a colocação do calçamento, inclusive tinha a faixa lateral que serviria de orientação para as pessoas com deficiência visual.
Com relação ao banheiro, Thaís notou a falta de placas de informação avisando sobre a acessibilidade do local. Inclusive para chegar até o vaso sanitário era preciso dar a volta na edificação. Além disso, a escada de acesso aos não “cadeirantes” não tinha corrimão e não havia sinalização com piso tátil de alerta.
FORA DAS NORMAS
As barras de apoio do lavatório estavam instaladas de forma inadequada. Ela deveria estar em volta do lavatório. A altura do toalheiro estava em desacordo com a Norma NBR e a torneira deveria ser do tipo alavanca. No Bosque da Leitura, o banheiro adaptado não possuía a barra horizontal na parte interna. As barras utilizadas neste lavatório e a altura do toalheiro também não atendiam à Norma. As barras de apoio possuíam espessura abaixo do indicado. Por fim, ao lado dos bancos das alamedas do parque não havia espaço próprio direcionado às cadeiras de roda.
SINALIZAÇÃO
Atualmente, os problemas permanecem nos mesmos pontos apontados por Thaís. Para os moradores e frequentadores, investimentos em acessibilidade estão sendo cada vez mais necessários. Inclusive eles alertam para o fato de que o entorno do Piqueri está recebendo diversos novos condomínios e, consequentemente, mais famílias. Quem mora em bairros próximos, pede mais fiscalização sobre a manutenção de calçadas, criação de rampas de acesso e sinalização adequada.