Na edição de 25 a 31 de agosto, esta Gazeta publicou matéria para alertar sobre a responsabilidade de se recolher o cocô dos cachorros do calçamento. Mesmo já sabendo da resposta, a reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal da Saúde e fez a seguinte pergunta: quem deve fazê-lo? Resposta: “O dono do animal de estimação.”
MULTA
De acordo com a Lei 13.131/2001 – Artigo 16, “o condutor de um animal fica obrigado a recolher os dejetos fecais eliminados pelo mesmo em vias e logradouros públicos”. Em caso de não cumprimento caberá multa. O valor pode variar de R$ 10,00 a R$ 100,00 ao proprietário do animal.
Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), para a aplicação da multa é necessário o flagrante. Caso isso se confirme, a mesma será encaminhada para o endereço do condutor do animal.
ALTERNATIVAS
A reportagem também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Serviços para saber se a Prefeitura dispõe de algum serviço específico para o recolhimento das fezes dos animais. Apenas foi informado que o descarte do cocô deve ser feito no lixo domiciliar.
Em outros países, governos se esforçam para criar soluções para minimizar o problema. A “Época Negócios” divulgou, em 2009, que o departamento de limpeza de Islington, em Londres, criou um serviço motorizado para aspirar as fezes dos cachorros. Para completar a limpeza, é jogado um jato de água com desinfetante no local.
Já o site Planeta Sustentável trouxe, na semana passada, a informação que dez parques públicos da cidade do México receberam aparelhos especiais que fazem a função de lixeiras para cocôs dos cachorros.
Cada vez que os frequentadores fazem o recolhimento e depositam no equipamento, a máquina libera wi-fi gratuito para todos que estão no parque. A quantidade de minutos grátis para navegar é proporcional à quantidade de material depositado no lixo.
AÇÕES INDEPENDENTES
Enquanto projetos deste porte não chegam a São Paulo, pessoas da comunidade fazem a sua parte. No Tatuapé, por exemplo, um grupo de empresários resolveu agir e criou a ação “Cãoscientização”.
De acordo com Andreia Totino, o “Projeto Qualidade de Vida no Bairro” nasceu justamente com a finalidade de mostrar que os donos devem, sim, recolher o cocô dos cães.
“Até o dia 15 de dezembro estaremos em campanha nos bairros do Tatuapé, Anália Franco, Vila Formosa, Carrão, Jardim Têxtil e Vila Santa Isabel alertando, inclusive, sobre a necessidade do uso da guia. Infelizmente ainda vemos muitos cães andando soltos de seus donos na rua, e isso pode gerar uma série de problemas”, explicou Totino.
CONTAMINAÇÃO
A ação também visa alertar para os riscos de transmissão de doenças. Material trabalhado na campanha do “Projeto Qualidade de Vida no Bairro” explica, por exemplo, que verminoses, doenças intestinais que resultam em diarreias, vômitos e até doenças de pele, como bicho-de-pé e bicho-geográfico, podem ser transmitidas pelas fezes do animal.
“Para haver a contaminação é preciso ter contato direto com as fezes dos cães, porém restos que são levados para casa na sola do sapato, na roda do carrinho de feira ou de bebê aumentam as chances de contrair uma doença. Por isso a importância de cada dono fazer a sua parte”, explicou Totino.
APOIO
A “Cãoscientização” também já passou pelo Clube Escola Tatuapé. “Até dezembro estaremos por lá alertando as pessoas sobre a posse responsável. E, para nossa alegria, já começamos a ver alguns resultados”, comentou a empresária.
A ação conta com o apoio do diretor do espaço, José Garcia Telles Junior. “No dia 17 de agosto eles estiveram no clube e falaram bastante com as pessoas a respeito da posse responsável. Eu acho esta iniciativa muito importante e positiva”, comentou Garcia.
SERVIÇO
Mais informações sobre o “Projeto Qualidade de Vida no Bairro” podem ser obtidas pelo telefone 99591-1113, com Andreia Totino.