Construídos para resgatar a história de uma cidade ou homenagear figuras importantes, os monumentos públicos da cidade sempre guardam memórias e curiosidades sobre o seu contexto. Só que, em muitas vezes, as lembranças são esquecidas com o passar do tempo e a sua manutenção fica a desejar, o que entristece a muitos apreciadores e a maioria dos moradores.
MONUMENTO ÀS BANDEIRAS
Recentemente, mais precisamente no mês de outubro, o “Monumento às Bandeiras”, localizado em frente ao Parque Ibirapuera, do escultor ítalo-brasileiro, Victor Brecheret, voltou a sofrer atos de vandalismo.
Manifestantes jogaram tinta vermelha e picharam a frase “bandeirantes assassinos” com tinta branca quando centenas de índios protestavam contra o projeto que poderá mudar a demarcação de terras indígenas no País.
ESTÁTUA DE DAVI
No Tatuapé, a “Estátua de Davi”, localizada no estacionamento do Parque Esportivo do Trabalhador Anália Franco (antigo Ceret), levou um banho no dia 27 de agosto de 2012.
A réplica, da obra original do artista italiano, Michelangelo, tem 5 metros de altura e foi feita em argamassa pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1930.
No ano de 1940, o então prefeito Prestes Maia mandou instalar a escultura em frente à antiga concha acústica do Estádio do Pacaembu. Anos mais tarde, em 1969, a obra foi retirada para a construção do tobogã e só viria a público novamente em 1975, com a inauguração do antigo Ceret, pelo então governador do Estado, Laudo Natel. Desde então, ela passou a adornar a entrada principal do parque.
Há cerca de uns dois anos, foi cogitada a possibilidade de um restauro da peça, mas o assunto não saiu do papel. De acordo com informações da Prefeitura no ano passado, nenhum projeto estava em andamento. Enquanto isso, quem chega bem pertinho da peça nota as imperfeições causadas com a ação do tempo.
DISPUTA
Compondo toda a história em torno da “Estátua de Davi”, um fato curioso aconteceu no ano de 2002 e irritou muitos tatuapeenses: o monumento foi alvo de uma disputa entre os bairros do Pacaembu e do Tatuapé.
Sob a alegação da existência de um projeto de resgate da memória do Pacaembu, o então administrador do estádio, Olívio Pires Pitta, iniciou uma empreitada para devolver a estátua ao local.
Mas ele não contava com a relação afetiva dos moradores do Tatuapé com o monumento. Várias foram as manifestações de repúdio quanto à atitude, inclusive por meio de cartas publicadas pela Gazeta do Tatuapé, à época.
A resposta dos moradores acabou fazendo com que a administração do estádio mudasse de ideia e o Davi, querido pelos moradores, acabou permanecendo no bairro.
PÁTRIA E FAMÍLIA
A obra “Pátria e Família”, instalada na Praça José Moreno em 2000, é um fragmento do Monumento a Olavo Bilac. Esculpida em bronze, concreto e mármore pelo artista William Zadig, a obra foi originalmente instalada na região da Avenida Paulista, na atual Praça Marechal Cordeiro de Farias, em 1922, sendo levada, no ano de 1936, a um depósito da Prefeitura.
O monumento só voltou a ser exibido em 1987, quando foi colocado no cruzamento entre as avenidas Celso Garcia e Salim Farah Maluf. Após uma breve passagem pela Praça Kennedy, na Mooca, em 1999, a escultura foi finalmente instalada na Praça José Moreno, no Tatuapé, no ano seguinte.
Também muito importante para a região, a obra “Pátria e Família” merece mais atenção da Prefeitura quanto à sua manutenção.
ÍNDIO UBIRAJARA
Escultura inspirada no romance de José de Alencar e instalada inicialmente no cruzamento da Avenida Paulista com a Avenida Brigadeiro Luís Antonio, a peça “Índio Ubirajara” foi transferida em 1970 para a Praça Ubirajara, no Belém.
De 1925 e idealizada por Francisco Leopoldo e Silva, a peça, feita em bronze, pedestal e granito também encontra-se degradada. Várias são as aberturas e vãos entre os blocos de sua base de sustentação e a lança que simboliza a subsistência do povo indígena não existe mais.