As dúvidas com relação às desapropriações de imóveis não param de crescer. Leitores que viram a matéria “Corredor de ônibus: Radial terá desapropriações”, que saiu na edição nº 2.016, de 13 a 19 de julho, entraram em contato com esta Gazeta para relatarem suas experiências com relação a mobilização da população aos novos projetos de mobilidade urbana.
MOBILIZAÇÃO
Segundo a moradora e representante do bairro Parque Maria Luiza, Rosana Turci, há cerca de pouco mais de um mês, alguns moradores da região foram surpreendidos com duas pessoas fotografando o entorno do bairro.
Quando eles indagaram o motivo das fotos, ouviram como resposta “que se tratava de um projeto da Prefeitura, cujo objetivo era a implantação de corredor de ônibus, que iria desapropriar um grande número de imóveis.”
Rosana disse que, diante desta resposta, a notícia se espalhou rapidamente e alguns moradores começaram a pesquisar a respeito.
“O que sabemos é que esse projeto foi votado na Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito no início de julho, tornando-se a Lei de n°16.020/14. Nós não conseguimos informações precisas a respeito, soubemos por reportagem que o Tribunal de Contas vetou as licitações.”
Rosana também esteve, junto com outros moradores, na Câmara Municipal, mas ao chegarem lá, nada lhe souberam informar a respeito do projeto. Tentaram buscar informações na Subprefeitura Aricanduva, mas o desconhecimento sobre o caso também se repetiu.
“De tanto procurar na Internet acabamos descobrindo que houve duas assembleias na Sub Aricanduva a respeito do corredor de ônibus. Uma incoerência! Então como nos informam que não sabiam do projeto? Sabemos que a coisa está andando, pois quase toda semana temos notícias de pessoas fotografando e tirando medidas pelas ruas”, comentou.
FAIXAS
A partir de uma reunião, feita após o protesto de moradores e comerciantes da Avenida Conselheiro Carrão, contra o corredor de ônibus, algumas pessoas resolveram colocar faixas em seus imóveis com os dizeres “A comunidade do Parque Maria Luiza diz não a desapropriação”.
Eles esperam com isso mobilizar as pessoas do bairro, a fim de deixar claro o descontentamento com relação às consequências que o projeto de mobilidade urbana Corredor Leste – Itaquera, trará para a vida de cada um.
“Estamos nos mobilizando na Sociedade Amigos de Bairro Parque Maria Luiza para conseguirmos informações concretas e verdadeiras, pois é uma obra que vai afetar direta e indiretamente muitas pessoas, podendo gerar até perda de emprego, pois dentre os imóveis afetados existem muitos comércios”, conclui Rosana.