João da Nave Bizarro, imigrante português que viera de sua terra acompanhado de dona Clara de Jesus Bulha, sua esposa, trabalhara durante algum tempo como tecelão na indústria do Conde Crespi, na Mooca. Por volta de 1938, com a experiência adquirida, resolveu tentar a sorte instalando uma pequena tecelagem na Rua Catarina Braida, no bairro do Belém. Após modestíssimo início, com o uso de um único e tosco tear de madeira, João e seus filhos Antonio, João, José e Júlio, conseguiram adquirir alguns teares da marca Ribeiro. Em 1942, a pequena empresa foi transladada para a Rua Padre Adelino. A seguir, com o bom andamento dos negócios e a necessidade de maior área, os responsáveis compraram um terreno na esquina das ruas Cantagalo e Coelho Lisboa. Lá construindo sua sede própria.
Em 1954, ocorre o falecimento de João, o fundador do Lanifício Nave. Aos filhos não cabia outro caminho a não ser dar continuidade ao feliz empreendimento do pai. Com o progresso da empresa e dos negócios, foram ampliando as instalações até ocupar quase metade do quarteirão. Nessa época chegaram a ter 150 empregados no seu quadro de pessoal. As suas vendas cresceram até ultrapassar os limites da capital. Passado algum tempo, o Lanifício Nave já vendia seus tecidos para inúmeras cidades do interior paulista e para outros Estados, entre eles o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul.
Em 1991, Júlio Portugal da Nave Bizarro, após mais de cinqüenta anos à frente da empresa, resolve aposentar-se. O Lanifício Nave continuou sua existência por aproximadamente mais três anos sob a administração dos filhos de seu irmão João. Em meados da década de 90, a velha sede do Lanifício foi vendida e, no local, após sua demolição, teve início a construção do Sílvio Romero Shopping com sua respectiva torre de 18 andares. Este novo edifício foi inaugurado em 30 de abril de 1997.
Fontes de informações: Depoimento do senhor Júlio Portugal da Nave Bizarro – diretor do Lanifício Nave e de d. Cristina Pontes Bizarro, sua esposa.