Incerteza. Esta é a palavra que pode definir a situação que os ambulantes vivem com relação à Copa de 2014. A Lei Geral da Copa determina que, durante o evento, serão criadas zonas de exclusão com um raio de até dois quilômetros ao redor dos “locais oficiais da competição”. Nestes pontos, apenas pessoas indicadas pela Fifa poderão comercializar produtos e serviços.
DEMANDA
Diante deste quadro, durante uma reunião do Fórum dos Ambulantes, em agosto deste ano, André Cintra, membro do SPCopa (Comitê Especial para a Copa do Mundo) disse haver espaço e demanda para o comércio ambulante. Passados três meses, a situação já não é a mesma, pois a declaração de Cintra, durante reunião na Subprefeitura Itaquera, no último dia 12, não foi tão clara.
DECRETO
Segundo ele, o prefeito Fernando Haddad deverá assinar um decreto que estabelecerá as normas e regras para o trabalho dos ambulantes no período da Copa. Ao mesmo tempo, Cintra ressaltou que só será autorizada a comercialização de produtos da Cola-Cola. Para isso, 1.500 pessoas serão capacitadas para atender ao público.
Nas chamadas “áreas oficiais” do torneio (como a Arena Corinthians e a Fan Fest), os ambulantes só poderão vender produtos autorizados, de parceiros da Fifa. Fora dessas áreas, valerão as regras do decreto. O membro do SPCopa revelou que uma experiência-piloto desse projeto já está em curso no Parque do Carmo. Sobre o credenciamento, o processo será feito pela Prefeitura, com critérios a serem estabelecidos.
PROBLEMAS
Com relação aos comércios regulamentados, um dos problemas apresentados, durante o encontro em Itaquera, disse respeito à distância e falta de integração deles com o evento Copa. Além disso, os membros do SPCopa, Cintra e José Carlos Gomes, também presente, foram questionados sobre a falta de restaurantes suficientes ao redor do estádio do Corinthians e também da impossibilidade dos torcedores ou turistas comprarem produtos relativos aos jogos ou à cultura brasileira.
GASTRONOMIA
Com relação ao comércio local, o chefe de gabinete da subprefeitura, José Carlos, fez questão de responder que o mesmo será privilegiado com uma área de gastronomia em salas localizadas na praça da antiga estação de trem de Itaquera. Carlos destacou, ainda, a nova iluminação que será implantada nesta praça e em outra próxima ao Hospital Planalto.
Pouco convincente, o chefe de gabinete acrescentou, às duas ações citadas, o fato da subprefeitura estar em contato permanente com instituições e órgãos ligados ao comércio, tentando fazer todos aderirem de alguma maneira ao evento.
ASSISTÊNCIA
Já Gomes, preferiu explicar o que será feito com relação a obras e à assistência social. “No terreno existente entre os prédios da Fatec e Etec e a Radial Leste serão construídos os prédios do Senai e do Sesi. Dividirá, também, o mesmo espaço, um centro cultural, excluindo-se o Fórum. Enquanto as obras dos edifícios não iniciam, a área será utilizada como estacionamento para a Copa”, informou.
COMUNIDADE
Sobre a Comunidade da Paz, Gomes revelou que existem 377 famílias cadastradas. Destas, a Secretaria Municipal de Habitação planeja retirar 101 delas de imediato, pois estão em área de risco. Conforme o representante da SPCopa, as famílias não receberão bolsa-aluguel, porque só sairão de lá para ocupar apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida, desde que se localizem a até três quilômetros de onde estão atualmente.