Na terça-feira, dia 19 de novembro, comerciantes da Avenida Conselheiro Carrão saíram novamente em passeata para protestar contra a proibição de estacionamento ao longo da via em período integral. A medida passou a vigorar depois que a Faixa Exclusiva de Ônibus começou a funcionar, no final de setembro.
“Fomos falar com cinco vereadores, tentamos conversar com o secretário municipal dos Transportes, Gilmar Tatto, que inclusive tinha uma reunião agendada com a gente antes da primeira manifestação, mas desmarcou em cima da hora e desde então não nos atendeu mais, explicamos a situação para o superintendente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Joaquim Mendes Barreto, e até agora, nada. Estamos desesperados”, comentou Roberto Lourenço.
ATÉ A SUBPREFEITURA
O comerciante do ramo de panificação disse ainda que a manifestação seguiu em direção até a Subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão. “Viemos, mais uma vez, pedir ajuda para a subprefeita Dilian Guimarães. Já dispensei três funcionários que estavam em experiência para suprir a demanda que sempre aumentava no fim do ano e sei de loja que já fechou. A queda nas vendas está registrada entre 40% e 50% e tem gente que não fez nem para pagar o aluguel”, contou à reportagem.
Lourenço explicou que os comerciantes não são contra a Faixa Exclusiva de Ônibus. “Só queremos que o estacionamento na avenida seja libertado nos períodos em que a faixa não funciona. Ficará bom pra todo mundo, como era antes. Também sugerimos a implantação de Zona Azul na Avenida Conselheiro Carrão e não nas ruas laterais como está sendo estudada a possibilidade. Aliás, apresentamos outros projetos para a CET e todos foram recusados”, argumentou.
Na sexta-feira, dia 22, os comerciantes se reuniram mais uma vez. O ponto de encontro foi no Largo do Carrão, às 6h30, e o destino final o Terminal Vila Carrão. O objetivo? Chamar novamente a atenção das autoridades. Nem mesmo a chuva impediu a realização do ato, que desta vez contou com a presença de comerciantes da Avenida João XXIII, que passam pelo mesmo problema.
CONSEQUÊNCIAS
Para o comerciante ainda, se nada for feito, as consequências negativas poderão ser vistas nos próximos seis meses. “Ninguém está vendendo, as lojas estão vazias e tememos que aconteça na Conselheiro o mesmo que aconteceu na Avenida Celso Garcia. É justo isso? Em outras avenidas o estacionamento é liberado quando a faixa não está ativada. Por que isso não pode acontecer na Conselheiro também?”, perguntou Lourenço, que aproveitou para dizer que tudo está sendo divulgado na página facebook.com/vilacarrao.viva.
Na semana passada, a assessoria de imprensa da CET respondeu, através de carta, a matéria “Comerciantes continuam sem resposta”, que falava justamente sobre o problema que vem acontecendo na Avenida Conselheiro Carrão. O texto pode ser lido na íntegra na sessão “O Povo Quer Saber” desta edição.
ENTENDA O CASO
Tudo começou no dia 30 de setembro, quando as placas indicando tanto a Faixa Exclusiva de Ônibus quanto a restrição de estacionamento em período integral foram colocadas.
“Fizemos um abaixo-assinado pedindo para que seja liberado o estacionamento no horário em que a faixa não está em funcionamento. Não somos contra a faixa de ônibus, o que está pegando é a proibição para se estacionar”, explicou Mauricio Lavalle.
As placas colocadas indicam: proibido estacionar de segunda a sexta, das 6 às 20 horas, e aos sábados, das 6 às 14 horas; sendo que a Faixa Exclusiva de Ônibus funcionada no sentido centro, das 6 às 9 horas, e no sentido bairro, das 17 às 20 horas.
“Se a CET liberasse o estacionamento no horário em que a faixa não está em funcionamento, ficaria bom pra todo mundo”, ressaltou o comerciante Odinei, que também está bem preocupado.
COMISSÃO FORMADA
No dia 3 de outubro, comerciantes foram até a Subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão, para conversar com a subprefeita Dilian Guimarães e a Comissão dos Lojistas da Avenida Conselheiro Carrão, para tratar a questão, foi formada. No dia 7, aconteceu uma reunião na GET 3.
No dia 8, representantes da comissão procuraram o vereador Massataka Ota. No dia 9, eles foram até a Prefeitura para levar a questão à Secretaria dos Assuntos Governamentais, e ao gabinete da vereadora Sandra Tadeu.
“As vendas já caíram cerca de 50%. Isso é muito sério. As lojas estão vazias. Só queremos que o estacionamento seja liberado, quando a faixa estiver desativada, assim como acontece em outras avenidas com comércio, caso da Avenida Rio das Pedras”, reforçou o pedido o comerciante e integrante da comissão, Odair Camargo.