A gestão do prefeito Fernando Haddad vai chegando ao fim, mas o polo cultural prometido para o bairro de Itaquera, com a nova Biblioteca Pública Sérgio Buarque de Holanda, ficou pela metade. Quem for atualmente ao espaço de leitura, adaptado no antigo prédio da administração da Subprefeitura Itaquera, verá ao lado, no mesmo terreno, uma estrutura de cimento abandonada. Pois trata-se do premiado projeto do arquiteto José Rolemberg, que deveria ter sido tocado pela Referma Construções Ltda. ou pela Acesso Empreendimentos, conforme a Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
EMBRÓGLIO
Há mais de um ano, a assessoria da SMC informou existir um processo sobre a obra e o mesmo encontrava-se na Secretaria de Negócios Jurídicos. A partir daí a SNJ prepararia a ação judicial de indenização contra a empresa ou empresas responsáveis. Na época, a Prefeitura revelou que enquanto a fase jurídica não fosse concluída, não seria possível avançar no projeto. De lá para cá a construção vem se deteriorando com a ação do tempo.
TRISTEZA
Após terem sido destinados aproximadamente R$ 2,7 milhões para o projeto, a situação segue indefinida. Como as empresas envolvidas no processo não entregaram a obra no prazo prometido, que era 2011, a população amarga cinco anos de espera. Para o estudante Rodrigo de Oliveira, é triste ver que uma das bibliotecas mais frequentadas da cidade, quando estava na Rua Carlos Augusto Baumann, transformou-se em um lugar esquecido por grande parte dos leitores e moradores da região.
FALTA ACESSIBILIDADE
“Sem contar que a Secretaria da Cultura insiste em deixar o prédio pouco acessível e convidativo. A entrada em que existe a rampa de acesso, na Rua Victório Santim, está fechada. Já o outro lado, na Rua Gregório Ramalho, onde há uma escadaria, está aberto. Quanto à programação, quase não existem atividades diferenciadas, que estão mais voltadas para os bairros nobres ou cujo apelo político é maior”, desabafou.
APERTO
Entre os motivos de não ocorrerem outros encontros, além dos jogos de xadrez e dama, também está o fato do prédio atual ser apertado para reunir um grupo maior de crianças e suas famílias. Mesmo assim, o plano que ofereceria auditório com 150 lugares e duas salas de cinema, praça interna, átrio e lanchonete, sem contar as salas para oficinas culturais e aulas de artes plásticas, música, dança e teatro foi deixado de lado. Com isso, parte da população perde a oportunidade de participar do circuito cultural da Zona Leste.
Por fim, o Centro Cultural, cuja construção também havia sido anunciada e que deveria funcionar ao lado da nova biblioteca, não tem sequer o projeto definido.