Para Ivan Picolomini, da Torres & Picolomini Empreendimentos Imobiliários, sediada na Mooca, “o sistema financeiro veio para somar”, sendo um facilitador para quem quer comprar e não tem o dinheiro à vista. “É uma ferramenta a mais. Sou muito otimista e acredito que o mercado está, sim, bom”, comentou.
A flexibilidade para negociar também é outro fator favorável. “O mercado imobiliário é regido pelas necessidades das pessoas e sempre vai haver um comprador e um vendedor. Ele se molda ao ciclo de vida das pessoas, de cada família. Tem sempre alguém em busca de um imóvel e vários são os motivos. O fato de precisar de mais ou menos espaço, de querer presentear os filhos, e assim vai.”
Picolomini não deixou de alertar que, em determinados momentos, podem acontecer algumas variações quanto aos valores. “Mas se as pessoas repararem, o mercado automaticamente se autorregula e os preços voltam a estabilizar. Momentos assim sempre vão existir e é preciso saber trabalhar com muita sabedoria quando isso acontecer.”
AQUECIDO
Todos sabem que a demanda de imóveis disponíveis para venda é grande. As ofertas estão espalhadas por toda a acidade e tem produto para todos os bolsos. De acordo com uma avaliação feita pela RealtON Brasil Outlet de Imóveis, no Brasil, o mercado imobiliário de luxo continua em ascensão.
De acordo com o CEO da empresa, Rogério Santos, são vários os fatores que contribuem para este cenário. “Isso acontece por se ter mais acesso ao crédito, em razão do aumento do teto do FGTS, pelo fato da economia estar aquecida nos últimos anos e pela grande visibilidade do Brasil diante da Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016. Estes fatores mantêm este mercado em expansão”, apontou.
MERCADO DEMOCRÁTICO
Mas não é só isso. Para muitos especialistas, o mercado imobiliário é democrático e sempre irá oferecer a possibilidade de se fechar um bom negócio independente da época, tamanho ou valor do imóvel. “Trabalhamos pra isso. É importante frisar que o mercado nunca parou e nem vai parar”, destacou Josué Cavalieri, da Special Imóveis, que está localizada no Tatuapé.
Em 40 anos de atividades, Cavalieri destacou que nunca viu ninguém perder dinheiro com imóveis e lembrou o dinamismo vivido hoje pelo setor, viabilizado, também, pelo acesso rápido às informações.
“Só que tem um detalhe. É preciso dispor de profissionais qualificados e habilitados pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) porque é este profissional que vai fazer a diferença diante de um cenário composto de tantas informações. É ele que fará a diferença na hora de finalizar a negociação. Além, é claro, de saber conduzir os trabalhos e orientar o seu cliente em caso de especulações e oscilações que eventualmente possam surgir. Não se trata simplesmente de realizar uma venda. Deve-se prestar toda uma assessoria ao cliente.”
Para Cavalieri, a valorização ao longo do tempo de um imóvel é insuperável, se comparada a qualquer outro investimento. “Quem compra à vista tem um poder maior de negociação, mas, mesmo no financiamento, não deixa de ser interessante investir.”
INVESTIDORES
Para Ricardo Sprovieri, da Ricardo Sprovieri Imóveis, também localizada no Tatuapé, “o mercado pode até oscilar, mas a gente, profissionais do setor, não”. Mesmo sendo um mercado competitivo e sujeito a inúmeras oscilações, na opinião de Sprovieri ir além e observar todas as variantes do momento para intermediar boas propostas e, principalmente, apresentar um imóvel que esteja dentro das possibilidades de aquisição do cliente, pode fazer toda a diferença.
“Estes cuidados vão refletir nos números lá na frente. Não se fecha negócio quando o valor disponível pelo investidor é incompatível com a oferta apresentada. E se você analisar, com cautela cada situação, verá que sempre tem um comprador para uma determinada oferta. Prova são os corretores da imobiliária que, todos os dias, estão na rua para mostrar imóveis a clientes! Ou seja, tem, sim, procura.”
CRESCIMENTO
Dê olho na mudança de perfil imobiliário que vêm acontecendo na Vila Carrão, as construtoras também resolveram investir na região. “Hoje vemos uma movimentação muito boa pela captação de imóveis e terrenos para se erguer torres de apartamentos. Todas as unidades disponibilizadas nos lançamentos estão sendo vendidas”, observou Luciano Rozatti Martins, da Oscar Imóveis.
Só que, em meio a tanta oferta, surgem valores para margem de negociação que não condizem com a realidade. “Aí não tem negócio. Mas quando a valorização do metro quadrado é compatível com a real situação de mercado, o imóvel ou terreno é vendido. Isso mostra que as pessoas estão atentas, informadas e cientes do que está acontecendo de verdade.”
Para quem pode investir, é um bom negócio. “Também tenho a opinião de que a valorização de um imóvel é sempre maior do que a do dinheiro guardado em uma instituição financeira. Por isso o setor imobiliário sempre será um mercado positivo.”
ESTABILIDADE
Respondendo por duas imobiliárias, a Personalité, no Tatuapé, e a Cymone Imóveis, em São Miguel, Cymone Lima adianta que muitas novidades estão sendo preparadas para serem anunciadas no próximo semestre.
Para a região do Jardim Anália Franco, Cymone deu como exemplo o planejamento de lançamentos de apartamentos com o preço do metro quadrado avaliado em torno de R$ 14 mil, além da criação de polos coorporativos.
“Temos um mercado aquecido e em plena expansão. As pessoas continuam almejando morar no Tatuapé e acredito que este cenário não vai mudar tão cedo. O que pode acontecer é que, eventualmente, algumas negociações, por razões muito particulares, não dêem certo. O que é absolutamente normal a tudo que se faz ou planeja, não é?”
Cymone também destacou que os financiamentos estão sendo aprovados. “Só para se ter uma ideia, temos um crédito aprovado para compra de um imóvel acima de R$ 400 mil na região. Os financiamentos estão acontecendo e há uma movimentação favorável no setor. Observamos um capital de giro.”
Com relação ao extremo leste, Cymone chama a atenção para a ascensão das classes C e D e para um comércio forte, com muitos investidores. “O evento da Copa ajudou a evidenciar este cenário. Deixando de lado os abusos e especulações, os imóveis tiveram uma valorização de 40%, dependendo da localização, tanto para venda como para locação”, comentou.
MERCADO COMPRADOR
Para o gerente-geral de vendas da Lello, Carlos Okada, o mercado está ainda comprador. “Pelo fato de não haver limitação de atendimento – isto é, ele é aberto a todos, dos que buscam um imóvel maior ou com uma melhor localização, até para quem prefere um imóvel menor e mais prático, com serviços diversos que atendam especificamente a demanda pessoal de cada cliente, ou inclusive até para investimento – não vejo o movimento atual do mercado desfavorável.
Se compararmos as oportunidades de negócios que o nosso mercado ainda oferece, com a taxa de aplicação financeira dos países já desenvolvidos, temos ainda belíssimas oportunidades de ganho financeiro.”
Questionado se existe um bom momento para se fechar um negócio, ou se a pessoa (comprador/vendedor) é quem irá determinar este momento, Okada respondeu o seguinte: partindo do suposto que não controlamos alguns fatores como a atitude das pessoas e precisamos entender cada vez mais a mudança de comportamento do nosso cliente, esperar que o comprador ou vendedor decida fazer o negócio ou não, definitivamente não é mais o suficiente. O melhor momento pode e deve ser influenciado pelo corretor de imóveis. Mas, para tanto, deve ser e estar devidamente capacitado no Creci e manter o foco no cliente, e não no que quer comunicar apenas. É importante que os empresários sérios compreendam a necessidade de capacitação do seu recurso humano.”
Com relação às repercussões quanto à realização de eventos internacionais no País, Okada acredita que o frenesi gerado tenha energizado a lei de mercado, onde quem quer vender quer fazê-lo pelo valor mais alto e quem quer comprar quer fazê-lo pelo valor mais baixo.
“Isso é normal. E é aí onde um profissional, devidamente capacitado e vinculado a uma instituição sólida de valores e boas práticas, faz a diferença praticando uma venda consultiva”, concluiu.