Até o fim do ano os vereadores pretendem colocar em votação um projeto que reajusta seus próprios salários, além do prefeito e do vice. Se os parlamentares aprovarem, o futuro prefeito João Dória passaria a ganhar cerca de R$ 30 mil e os vereadores aproximadamente R$ 19 mil, representando quase 27% de aumento.
DORIA
Com patrimônio de cerca de R$ 180 milhões, conforme registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Doria afirmou que irá doar sua remuneração para instituições. Caso o projeto passe pela votação, todos os funcionários do poder público municipal poderão ter aumentos desde que não ultrapassem os vencimentos do prefeito.
REAJUSTE
Mudança salarial igual a esta ocorreu há quatro anos. A alteração irá reajustar o salário do vice, Bruno Covas, de R$ 21,7 mil para R$ 27,5 mil, provocando um efeito cascata em toda a administração. O acréscimo na folha segue a Constituição Federal, porém é polêmico visto que a crise econômica continua grave e a cidade teve sua arrecadação diminuída. Para tornar o aumento real, é necessária a aprovação em plenário, o que pode acontecer antes do dia 25 de dezembro, quando o Legislativo entra em recesso.
VEREADORES
Para saber a opinião de alguns vereadores que atuam na região do Tatuapé e Zona Leste, esta Gazeta entrou em contato com Toninho Paiva, Gilson Barreto, Edir Sales, Adolfo Quintas e Masataka Ota na última quarta-feira, dia 16.
RESPOSTAS
Para o vereador Ota, no caso de uma votação, ele seria contra o aumento de seus salários. Segundo ele, apesar de congelado há quatro anos, este não é o momento para aumentos. Sobre a probabilidade de ser votado o aumento este ano ou em 2017, o parlamentar afirmou que a matéria precisa ser apreciada neste exercício. Já sobre o congelamento de salários em 2017, Ota disse ser a favor da medida.
O vereador Gilson Barreto disse ser contra o aumento dos salários dos vereadores de São Paulo na atual conjuntura política e econômica da cidade e do País. “Essa é posição que sempre expressei nos debates com meus colegas da bancada do PSDB na Câmara Municipal, que ainda discute o assunto. Ainda não tenho certeza sobre a realização da votação, mas devo dizer que, se o aumento for aprovado até dezembro, essa decisão valerá pelos próximos quatro anos. Se não houver votação, o aumento não poderá ser proposto e apreciado nos próximos anos, ao longo da legislatura que se inicia em janeiro”, opinou.
IMPACTO
O impacto estimado nas contas públicas será de R$ 2,7 milhões por ano. Além disso, nos próximos dois meses existe a possibilidade da Câmara também definir sobre possível reajuste dos subsídios pagos aos secretários municipais, secretários-adjuntos, subprefeitos, chefes de gabinete, presidentes de autarquias e de empresas municipais. Por conta da crise, Doria afirmou ser contra o aumento de despesas. No entanto, entre os parlamentares a questão se divide e muitos deles reclamam de vencimentos defasados.