Era para ter começado em São Paulo no dia 16 de abril, mas o Ministério da Saúde transferiu o início da Campanha Nacional de Vacinação Contra Influenza, para amanhã, segunda-feira, dia 23 de abril. A ação seguirá até o dia 1º de junho e, no dia 12 de maio, será realizado o chamado Dia D, data da mobilização nacional.
A vacina contra a gripe é direcionada às pessoas com 60 anos ou mais de idade, crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores da área da saúde, professores das escolas públicas e privadas, povos indígenas, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (respiratórias, cardíacas, renais hepáticas, neurológicas, diabéticos, obesos, imunossuprimidos, transplantados), população privada de liberdade, jovens cumprindo medidas socioeducativas e funcionários do sistema prisional.
O Influenza é um vírus de circulação sazonal e, em 2018, a vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é trivalente, protegendo contra três tipos do micro-organismo: o H3N2, o H1N1 e o B. Na rede privada também é oferecida a quadrivalente, que protege contra mais um tipo do B.
BALANÇO DOS CASOS
Conforme balanço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 2018 até o momento, foram notificados 65 casos e 11 óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado de São Paulo, atribuíveis ao vírus Influenza. Desse total, foram relacionados ao vírus A (H3N2) 19 casos e 3 óbitos.
Em 2017, foram 1.021 casos e 200 óbitos, cerca de metade relacionados ao H3N2 – 562 casos e 99 mortes. O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) monitora desde 2011 a circulação do vírus no Estado de São Paulo.
“Não há, hoje, qualquer anormalidade epidemiológica em relação à gripe em SP, mas a discussão quanto ao monitoramento, ações de vigilância, enfrentamento e diagnóstico é imprescindível entre os profissionais da área”, afirma a epidemiologista do Emílio Ribas, Ana Freitas Ribeiro.
NÃO DEVEM TOMAR
Não devem tomar a vacina: bebês menores de seis meses e quem já teve reações anafiláticas em aplicações anteriores. Quem tem a síndrome de Guillain-Barré ou tem reações alérgicas graves a ovo (a vacina contém traços de proteínas do alimento).
A PREOCUPAÇÃO SE REPETE
Todos os anos, com a chegada do outono e a aproximação do inverno, começa também a temporada de gripe. Mais especificamente este ano, a preocupação é ainda maior, pois a expectativa é que a Influenza A, subtipo H3N2, gripe que assustou o Hemisfério Norte, chegue ao Brasil. Nos Estados Unidos, a H3N2 causou milhares de mortes e registrou recorde de internações. No Brasil, já foram identificados casos em Minas Gerais e São Paulo, com pelo menos duas mortes confirmadas em Taubaté, interior de São Paulo.
Por causa da gravidade da doença, a infectologista Maria Beatriz de Souza Das, destaca a importância da vacinação. “É uma forma de se proteger da doença”, alerta, acrescentando que, nos Estados Unidos, a vacina teve eficiência de 36%. “As vacinas que começam a chegar no Brasil, feitas para o Hemisfério Sul, são diferentes e, por isso, ainda não temos como informar a sua taxa de eficiência”. De acordo com a infectologista, a vacina impede um grande número de pacientes de adoecer e reduz o número de internações.
ATENDIMENTO MÉDICO
Dra. Maria Beatriz lembra que os antivirais, como o Tamiflu, são eficientes para o tratamento da doença. “A recomendação é que os pacientes com sintomas fortes da gripe, como febre, tosse, dor de garganta e dificuldade para respirar, entre outros, procurem atendimento médico o mais urgente possível”, afirma.
Para evitar as gripes e outras doenças respiratórias, a infectologista recomenda evitar aglomerações, ficar pelo menos 2 metros de distância de pessoas gripadas, usar lenço de papel, lavar as mãos constantemente, evitar levar as mãos aos olhos e outras mucosas, e cobrir a boca com a parte interna do braço ao tossir ou espirrar.