com Marcelo Palomino
A Toyota sempre seguiu a política de ir devagar e sempre. Um exemplo disso foi dado ainda no final de 2023, quando anunciou os planos para a produção de um SUV compacto híbrido no Brasil. Traduzindo: o Yaris Cross. O design do modelo acaba de ser registrado no Brasil, no INPI, mas desde o anúncio, a marca já faz a preparação de uma linha na planta de Sorocaba para a construção do modelo e da unidade de Porto Feliz para a fabricação dos motores, que terá versões flex a explosão e híbrida. A produção em si começa o final deste ano para o lançamento no início de 2025. A versão híbrida do modelo é a mesma que está sendo importada para o Chile, vinda da Indonésia.
O Yaris Cross HEV é um híbrido que se recarrega apenas pela energia gerada em frenagens ou pelo próprio motor a explosão. O verdadeiro objetivo não é a locomoção elétrica, mas a economia de combustível. Tanto que a autonomia elétrica é muito curta, de pouco mais de um quilômetro – mesmo conceito do Corolla híbrido feito no Brasil. Por outro lado, a promessa é que ele consiga fazer mais de 32 km/l, mais que o dobro do modelo não eletrificado.
Ambas motorizações são compostas pelo mesmo motor 1.5 litro de quatro cilindros, mas a versão híbrida adota o ciclo Atkinson. No mercado internacional, ele rende 90 cv e 12,2 kgfm, em vez dos 105 cv e 14,5 kgfm oferecidos pela variante não eletrificada. Só que o híbrido é complementado por um propulsor elétrico, que eleva os totais para 116 cv e 14,5 kgfm. O modelo com motor tradicional poderá receber câmbio manual de cinco marchas ou CVT com sete relações pré-programadas, enquanto a versão híbrida flex vai trabalhar apenas com a automática eCVT de sete velocidades.
O Yaris Cross tem as dimensões típicas de um SUV compacto. Ele tem 4,31 metros comprimento, 1,77 m de largura com 1,62 m de altura e 2,62 m de distância entre eixos. A distância para o solo é de 21 cm e o compartimento de bagagem é de 466 litros na versão elétrica e 471 litros na convencional. O Yaris Cross é construído sobre a plataforma DNGA da Daihatsu, a mesma que será usada na próxima geração do Yaris hatch e sedã no Brasil, provavelmente em 2026.
Essa plataforma é a mesma que foi envolvida em um escândalo, com suspeita de manipulação nos testes de colisão pela Daihatsu, com adulteração da velocidade e o uso de airbags e encostos de cabeça diferentes dos carros de produção. Após a paralisação da produção em modelos Daihatsu, Toyota, Mazda e Subaru. Desde então, a marca japonesa vem fazendo uma supervisão rigorosa nos processos de produções para se adequar aos padrões de segurança.
O design do Yaris Cross combina linhas geométricas e orgânicas. A frente traz uma grade em trapézio, frente chata e faróis no alto do capô. Nas extremidades do para-choque ele traz DRL em linhas verticais. De perfil, a linha das janelas é ascendente e finaliza em uma coluna traseira grossa, que dá um aspecto de robustez ao SUV. O teto pode ser em preto. Na traseira, há um spoiler bem proeminente na linha do teto e sob a janela traseira há uma faixa em led conectando as lanternas sobre uma guarnição em preto.
Em relação aos equipamentos, o Yaris Cross pode oferecer recursos como chave presencial para travas e ignição, cluster com instrumentos analógicos e tela de 4,2 polegadas para o computador de bordo, volante multifuncional, freio de estacionamento elétrico, espelho eletrocrômico, central multimídia com tela de 10,1 polegadas com espelhamento por Android Auto e Apple CarPlay sem fio, sensor traseiro com câmera de ré e seis airbags.