Na última segunda-feira, dia 18, as fortes rajadas de vento e a intensa chuva que caiu à tarde em vários pontos da cidade resultaram na queda de inúmeras árvores. Na Zona Leste, a Mooca foi um dos bairros mais atingidos, com cerca de 24 ocorrências. De acordo com avaliação feita pela Subprefeitura Mooca, mais de cem árvores – além de galhos e arbustos – foram retirados de vias públicas nos bairros sob a sua administração, ou seja, ocorrências também foram registradas no Belém, Água Rasa, Tatuapé, Pari e Brás.
JUVENTUS E CLUBE ESCOLA
Nem o campo do Juventus escapou do temporal, quando parte de um dos telhados desabou. Problemas também foram registrados na área do Clube Escola Mooca, localizado na Rua Taquari, 635.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Esportes (Seme), três árvores caíram, sendo que uma delas danificou quatro viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que estavam estacionadas no local.
A assessoria disse ainda que a corporação ficou responsável pela remoção do tronco que atingiu os veículos, enquanto que as outras árvores foram retiradas pela Subprefeitura Mooca na terça-feira (19). A grade da piscina semiolímpica também ficou danificada e receberá os reparos necessários nos próximos dias.
ÁRVORES CAÍDAS
Na manhã de terça-feira, a reportagem desta Gazeta foi até a Mooca e encontrou muitas ruas tomadas por galhos e árvores que ainda bloqueavam a passagem. Entre os endereços, a Rua Dias Leme chamou a atenção.
Na altura do número 226, parte de uma árvore de grande porte foi ao chão. “A situação aqui é muito séria. A árvore está cheia de cupins. Olha aqui! Já ligamos inúmeras vezes para a Prefeitura e fomos até a Subprefeitura Mooca para relatar a gravidade da situação. A calçada levantou e a árvore está inclinada”, contou preocupada Valdenir Vallota Ferraz.
“Com o temporal de ontem (segunda-feira) a árvore balançou muito e vários galhos caíram levando junto fios de luz e telefone, além de bloquearem a entrada da casa ao lado. Os cupins são visíveis e estão comendo todo o interior da árvore”, reforçou Dayanna Vallota. “O que a Prefeitura quer? Que a árvore caia para tomar uma providência? Ela é linda, a adoramos, mas, infelizmente, ela pode cair a qualquer momento”, completou.
MAIS PROBLEMAS
Um pouco à frente, mais galhos e partes de outras árvores tomavam conta da calçada e da rua. “Muitas árvores têm cupins e outras recebem uma poda que, eu, particularmente, não entendo. A copa fica alta e pesada, e quando há um temporal como o de ontem (segunda-feira) seus galhos não aguentam. Muitas casas têm problemas com calhas entupidas. A subprefeitura precisa reavaliar o serviço que é oferecido à população”, observou a moradora Nina Nigro, que indicou problemas com árvores plantadas na altura dos números 123, 186, 385 e 400 da Rua Dias Leme.
Já na altura do número 134, outra árvore de grande porte localizada em frente a um prédio residencial também teve parte de seus galhos quebrados e outros ficaram prestes a cair. No estabelecimento ao lado, a entrada foi parcialmente interditada por mais galhos.
RUAS BLOQUEADAS
Localizada próxima ao endereço anterior, a Rua Padre Raposo foi totalmente interditada com a queda de uma árvore na altura do número 524. Ela quebrou na raiz e levou consigo fios da rede elétrica e de telefone. “Liguei para a Eletropaulo e não há previsão de quando a luz vai voltar. É importante dizer que a árvore em frente está sem poda adequada há muito tempo”, comentou o morador José Penha Vieira.
Outro trecho bloqueado foi o da Rua Gaimbé com a Rua Madre de Deus. Lá também o motivo foi uma árvore que caiu. Problemas também foram encontrados na altura do número 424 da Rua Madre de Deus, quando uma das pistas foi interditada por outra árvore.
“Estamos há 16 horas sem luz. Desde as 16 horas de ontem (segunda-feira). Às 4 horas liguei para a Eletropaulo e me disseram que a rua estava na lista de prioridades. Deu 6 horas e nada. Liguei agora pouco (por volta das 11h30 de terça-feira) e informaram que até as 18h45 tudo estaria resolvido”, comentou à reportagem o morador Claudio Cavutto.
Galhos caídos também foram encontrados na Rua do Oratório, na altura do número 1.827, e em vários trechos do canteiro central da Avenida Paes de Barros, do número 1.701 ao 1.327, na Rua Curupacê, na altura do número 533, e na Rua França Carvalho, próximo à Rua Fernando Falcão.
ANÁLIA FRANCO
Na Rua Francisco Zicardi, uma árvore que ficava no terreno em frente à Praça Antonio Giaquinto, também caiu, levando junto parte da fiação da rua e do toldo de um estabelecimento, interditando parcialmente a passagem dos veículos. Por volta das 12h30, equipes da Subprefeitura Mooca chegaram ao local para retirar a árvore.
AES ELETROPAULO
Na terça-feira, a AES Eletropaulo informou, através de um comunicado, que cerca de 1.200 técnicos trabalharam durante todo o dia nos reparos da rede de energia. As principais ocorrências envolveram quedas de árvores de grande porte, que atingiram a rede elétrica durante a tempestade de segunda-feira.
Nestes casos, a distribuidora disse que conta com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Entre as regiões mais atingidas estavam a Mooca, Ipiranga, Cambuci, Jabaquara e Vila Medeiros. “Após a liberação das áreas, os eletricistas trabalharão na reconstrução dos trechos impactados e na substituição de equipamentos.”
O QUE DIZ A SUBPREFEITURA MOOCA
De acordo com informações da Subprefeitura Mooca, mais de cem árvores – além de galhos e arbustos – foram retirados de vias públicas nos bairros da Mooca, Belém, Água Rasa, Tatuapé, Pari e Brás.
Na sexta-feira, fechamento da edição, foi informado que seis equipes com doze caminhões ainda trabalhavam, inclusive no período noturno, para atender a demanda do temporal de segunda-feira. Outras 12 equipes foram direcionadas para a desobstrução do sistema de drenagem, ou seja, na limpeza de córregos, poços de visita, galerias, ramais e entorno das áreas afetadas.
Durante visita da reportagem à Mooca, muitos moradores relataram que várias árvores ou estão com cupins ou têm copas muito altas e pesadas. A reportagem perguntou à subprefeitura como são trabalhadas as duas questões e a resposta foi a seguinte:
“O monitoramento é feito por profissional especializado, no caso engenheiro agrônomo, através da solicitação do munícipe ou pelas vistorias rotineiras que analisam as condições fitossanitárias das espécies arbóreas. Os pedidos respeitam a ordem cronológica, excetuando-se os casos emergenciais.”
Outro questionamento foi se, devido ao grande número de árvores que caíram na região, a subprefeitura iria estudar uma avaliação mais criteriosa das espécies plantadas no bairro ou se a situação foi considerada atípica devido à força dos ventos naquela ocasião.
“A Prefeitura só faz arborização respeitando os critérios técnicos, e orienta a população para que antes de realizar qualquer plantio consulte a subprefeitura. Entre outras observações, podemos salientar que espécies de grande porte não são indicadas para calçadas e as mudas devem ter espaço suficiente para o crescimento da raiz.”
Outra informação passada foi que, quando a queda de uma árvore danificar a rede elétrica, o munícipe pode ligar para a subprefeitura ou para a Eletropaulo. A Prefeitura recebe os pedidos através do telefone 156. Em caso de emergência, a Defesa Civil atende no 199 ou, especificamente, na área de abrangência da SP/MO, pelo 2292-1295.