Na última terça-feira, 18, o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Leste e empresário, Ricardo Martins, reuniu a imprensa regional em um almoço, no Tatuapé, para falar sobre os problemas enfrentados por empresários do setor e propor soluções para tentar recuperar os polos ainda existentes na cidade. Para Ricardo, o quadro é negro, porém, ainda há muito para se discutir sobre o tema, envolvendo inclusive a Prefeitura e o governo do Estado.
LOGÍSTICA
Durante sua apresentação, o diretor do Ciesp defendeu a preservação das indústrias existentes no polo localizado na região da Mooca. Segundo ele, as empresas situadas na região têm um papel importante de manutenção da cadeia produtiva e de gerar 25 mil empregos diretos e 12 mil indiretos. “Dentre os pontos positivos deste complexo industrial está a malha ferroviária existente ao lado das empresas. Isto possibilita a conservação da logística, a economia no transporte de mercadorias, entre outros benefícios”, argumentou.
CONVIVÊNCIA
Martins adiantou que empresários e representantes de secretarias municipais têm se reunido para discutir caminhos para continuar fortalecendo o setor. “Nestes encontros, o Ciesp Leste vem tentando proteger principalmente a pequena e média indústria. Temos de buscar um meio em que haja a convivência pacífica entre as áreas habitacionais e industriais”, sugeriu.
DESENVOLVIMENTO
Para o diretor, a competição não é salutar e só gera desconfiança nos empresários. “Portanto, quando a Prefeitura propõe a criação de um Polo de Desenvolvimento Econômico em Itaquera, por exemplo, é preciso que ela não esqueça toda a infraestrutura criada na Mooca, inclusive para dar mais comodidade às famílias dos funcionários”, ressaltou. Segundo Martins, os industriais da região temem que um possível deslocamento possa gerar grandes perdas para as empresas e aos empregados.
PREOCUPAÇÃO
A maior preocupação do diretor da entidade está relacionada ao futuro dos locais em que atualmente existem pequenas e médias indústrias. “Ao virarmos as costas para esse segmento da economia podemos ver se repetir em São Paulo o que ocorreu com as cidades de Detroit e Nova Iorque, nos Estados Unidos, ao perderem seu parque industrial”, salientou o empresário.
ATENÇÃO
Para que isso não ocorra, alertou Martins, a oferta de incentivos fiscais não pode estar calcada sobre impostos que não se aplicam ou não interessam à indústria, como ISS e IPTU. “Precisamos de incentivos sobre o ICMS, concedidos pelo governo estadual. Além disso, queremos boas condições de logística, rodovias, ferrovias e terminais de carga, disponíveis em outras áreas da Zona Leste. Para que essa estrutura seja criada, necessitamos da devida atenção das autoridades constituídas tanto na Prefeitura quanto no Estado”, sugeriu.
DÉFICIT
Sendo assim, o diretor do Ciesp Leste afirmou acreditar que será possível desenvolver um novo parque industrial na região da Avenida Jacu-Pêssego, que liga as áreas de Guarulhos, Itaquera, Mauá e São Bernardo do Campo com o litoral de São Paulo. “Esta será uma maneira de reduzir o déficit existente entre o número de moradores da Zona Leste e o índice de empregos gerados nos 313,3 quilômetros quadrados dos distritos de Aricanduva, Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo, Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera, Mooca, Penha, São Mateus, São Miguel e Vila Prudente”, avaliou.