Os 352 anos do Tatuapé, festejados no dia 5 de setembro, mostram o quanto a região continua crescendo. São novos prédios, restaurantes, serviços e investimentos nas áreas de hortifrúti, educação, saúde, entre outros.
TECNOLOGIA
Desse modo, a tecnologia está presente em condomínios, nos sistemas de entrega de produtos em domicílio, na educação à distância e nos eventos que surgiram durante a pandemia, como os shows, espetáculos e cine drives-in.
TRANSFORMAÇÃO
Aliás, em contínua transformação, o Tatuapé também participa dos alinhamentos urbanos da cidade ao receber obras relacionadas às ciclofaixas e calçadas, apesar das polêmicas.
ALTERAÇÕES NO TRÂNSITO
O mesmo acontece com as alterações no trânsito e no transporte público. Assim, o local segue o mesmo traçado de desenvolvimento da cidade, inclusive nos problemas relacionados a aglomerações de pessoas em praças e ruas na frente de bares e baladas.
MAIS PROCURADOS
Por conseguinte, como uma referência na Zona Leste, o bairro segue sendo um dos mais procurados por investidores interessados em ocupar áreas próximas às estações do Metrô ou junto ao Jardim Anália Franco.
PODER PÚBLICO
Este avanço exigirá cada vez mais uma participação do poder público na região, seja nas ações de tapa-buraco, recapeamento, corte de mato, poda de árvores, coleta de lixo comum e de recicláveis.
INÍCIO DA TRAJETÓRIA
Ademais, a trajetória do Tatuapé teve início em meados do século 16, quando o desbravador português Brás Cubas instalou um rancho próximo de onde hoje fica o Parque do Piqueri. Esse foi o primeiro registro histórico de civilização na região. Já a data de fundação é uma referência ao dia em que o padre Matheus Nunes de Siqueira pediu ao poder municipal, por meio de petição, a anexação de terras improdutivas entre a sua propriedade e o Rio Tietê.
PEDRO ABARCA
De acordo com o pesquisador e historiador Pedro Abarca, o pedido foi aceito e, mais tarde, as terras do Padre Matheus viriam a abrigar a Casa do Tatuapé – construída entre 1668 e 1698 – considerada a principal evidência da criação do bairro juntamente com o documento de petição citado. Como a petição tinha data de 5 de setembro de 1668, convencionou-se que esta seria a data oficial do aniversário.
ESTUDIOSO DO BAIRRO
Sendo assim, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e considerado um dos mais importantes estudiosos sobre o Tatuapé, Abarca apresenta informações a respeito do desenvolvimento socioeconômico do bairro.
DIVISÃO DAS ÁREAS
Sobretudo, a análise trata do período de 1560 a 1655, quando a região se divide em duas grandes glebas: a de baixo, próxima das margens do Rio Tietê, pertencente primeiro a Brás Cubas e em seguida a Rodrigo Álvares. E a de cima, a região conhecida por Capão Grande, pertencente primeiro a Francisco Velho e após, por herança, a Francisco Velho de Moraes, seu filho.
ESTRADA DE FERRO
Depois, de 1655 a 1870, a região de baixo mantém-se unificada, mas passa por diversas mãos: Francisco Jorge, Padre Mateus Nunes de Siqueira, Baronesa Silva Gameiro e Elias Quartim de Albuquerque. A de cima, pelo contrário, fraciona-se em fazendas cujos principais proprietários foram: Diogo Antonio Feijó, João da Silva Carrão e Joaquim Marcelino da Silva – o Califórnia.
LINHAS DE BONDES
Assim, nas primeiras décadas do período entre 1870 e 1940 ocorrem fatos que influenciarão o desenvolvimento futuro de São Paulo e, ao mesmo tempo, da região Leste. Destas deu-se especial destaque à Estrada de Ferro Central do Brasil e às suas várias estações entre o Brás e a Penha, popularmente chamadas de “paradas”. É ainda no início desse período que se insere a instalação das linhas de bondes elétricos por toda São Paulo.
PRODUTOS MANUFATURADOS
Em contrapartida, no período de 1940 a 1980, começam a ser instaladas inúmeras empresas industriais fabricantes de incontável e variado número de produtos manufaturados. Algumas delas são novas, fundadas na própria região, outras são oriundas de bairros mais centrais em busca de necessária expansão.
PRESENÇA DE CHÁCARAS
De fato, diante deste quadro, de 1980 em diante, acontece o “boom” imobiliário com enorme expansão dos setores de comércio e de serviços.
A divisão exposta acima tem a intenção de facilitar a compreensão do leitor. Visto que quando o fenômeno do desenvolvimento do Tatuapé e região é observado com mais acuidade, sabe-se que as delimitações em fases não ocorrem de maneira tão simples.
ATIVIDADES INDUSTRIAIS
Dessa forma, é conveniente esclarecer que, de 1880 a 1940, não é possível afirmar, categoricamente, que a região foi somente agrícola. Isso pelo fato de, contemporaneamente, terem-se iniciado atividades industriais – tijolos, telhas e barcos.
CHÁCARAS
Também as chácaras que ainda dominavam em 1940, as terras do Tatuapé, não desapareceram de uma só vez. Foram, isto sim, cedendo gradativamente seus espaços para as indústrias que chegavam. Até meados da década de 50, ainda eram vistas algumas delas.
PRÉDIOS DE APARTAMENTOS
Similarmente, o mesmo pode ser dito do “boom” imobiliário. As fábricas não desapareceram do dia para a noite e os prédios de apartamentos, como num passe de mágica, surgiram em seu lugar.
DESMEMBRAMENTO
Em resumo, o chamado Distrito do Tatuapé surgiu de um desmembramento do Distrito do Belenzinho. Quando da sua criação, como 28º Distrito de Paz, Decreto nº 6.718, de 2 de outubro de 1934, pelo então governador Armando Sales de Oliveira, o Tatuapé passou a ser o maior distrito da capital, isto pelo fato de ter englobado diversos bairros e vilas adjacentes.
MUDANÇAS NO TERRITÓRIO
Principalmente porque ocupava o vasto território compreendido entre o Riacho Tatuapé, Rio Tietê e Córrego Aricanduva, chegando até os limites do bairro hoje conhecido por São Mateus. Media, nessa época, 31,4 km2. Mais tarde, uma nova lei, a de número 9.073, editada em 31 de março de 1938, o designou 32ª Zona Distrital. Nova alteração em 30 de novembro de 1944 o transformou em 28º Subdistrito e, finalmente, em 18 de fevereiro de 1959 viria a ser denominado 27º Subdistrito da capital, de acordo com a Lei 2.585.
CARTÓRIO DE REGISTRO
Todavia, em 1964, com o desmembramento de Vila Formosa, seu território passou a 25,82 km2. Em face do Decreto 6.718, citado acima, foi instalado seu primeiro Cartório de Registro Civil em janeiro de 1935, na Avenida Celso Garcia, 3.718. Octavio Godoy Vaz de Oliveira e João Gomes Barreto foram, respectivamente, seus primeiros oficial e juiz de paz, empossados pelo então corregedor, Eduardo de Oliveira Cruz.