Moradores do Tatuapé estão acompanhando todo o processo de criação de ciclofaixas nas ruas do bairro e, concomitantemente, a chegada das estações “Bike Sampa”, que surgiram com o objetivo de emprestar bicicletas a pessoas interessadas em circular pelos espaços direcionados ou pela cidade de um modo geral. Por conta da nova realidade vivida pela região, esta Gazeta entrou em contato com a empresa Samba Transportes Sustentáveis, do Grupo Serttel, uma das responsáveis pelos empréstimos, e cujo patrocínio é do banco Itaú.
SAMBA TRANSPORTES
Ao acionar a Samba Transportes, este semanário teve a intenção de levar as preocupações de quem reside no Tatuapé. Uma delas está relacionada ao fato das ciclofaixas serem pouco utilizadas e a outra alerta para a questão das mesmas não se conectarem entre si, apesar do projeto ter surgido há quase dois anos.
CRITÉRIO
Daniel Silva, por exemplo, quis saber qual o critério da empresa para criar tantas estações de bicicletas no bairro. Além disso, ele também ficou em dúvida sobre a possibilidade de outros pontos de empréstimo serem criados. Sobre a presença do “Bike Sampa” na região, a estudante Júlia Santos afirmou que deveria existir um parâmetro de satisfação ou não dos usuários. “Infelizmente as informações são desconexas e não vemos a divulgação de dados de uma maneira mais ampla”, reclamou.
MAIS ESTAÇÕES
O aposentado João de Almeida voltou a levantar a questão sobre a consulta pública. Segundo ele, ninguém lhe perguntou se concordava ou não com a implantação do sistema de empréstimos no bairro. Inclusive o morador aventou a hipótese de mais estações de bicicletas serem implantadas sem uma pesquisa ampla.
INFRAESTRUTURA
Almeida lembrou, ainda, que falta infraestrutura para os ciclistas, como vagas de bicicletas, estacionamento com seguro, vestiários e chuveiros. “A falta de apoio e de informação faz as pessoas emprestarem as bikes e saírem pelo trânsito sem equipamentos de proteção”, avisou.
O OUTRO LADO
Sobre alguns dos pontos levantados, a Samba afirmou não possuir um recorte de dados por bairros. Para isso, ela indicou que a redação procurasse a Prefeitura. Sobre o plano de expansão das estações e do número de bicicletas, a empresa preferiu não se pronunciar dado o momento de licitação em andamento.
BILHETE ÚNICO
De acordo com a empresa, atualmente são 259 estações em operação. Todas são equipadas com o leitor do Bilhete Único com o objetivo de promover a intermodalidade com o transporte urbano. O projeto “Bike Sampa” iniciou a integração com o Bilhete Único em janeiro de 2014. Em meados de setembro daquele ano, 100% das estações já contavam com o leitor, permitindo a integração através do Bilhete.
MAIS CADASTRADOS
A partir da consolidação, em outubro, o projeto registrou um aumento médio mensal de 60% no cadastro “Bike Sampa” associado ao Bilhete Único. O mapa com as estações pode ser consultado no site www.bikesampa.com ou no aplicativo Bike Sampa para Windows Phone, Android e IOS.
POVO ABRAÇOU
Para a Samba, a população da cidade abraçou o projeto: mais de 1,2 milhão de viagens foram realizadas desde o lançamento, o que representa mais de 3.200.000 km, 81 voltas ao mundo e 465 toneladas de CO2 não emitidos à atmosfera.
Hoje, são realizadas, em média, 2 mil viagens por dia e já são mais de 515 mil usuários cadastrados no programa.
MAIS VIAGENS
Segundo análise de utilização, as estações com maior número de viagens são as de Metrô, como Faria Lima, Vila Mariana, Brigadeiro e Shopping Eldorado. Além delas, centros de comércio, grandes avenidas e os centros empresariais das ruas Pedroso Alvarenga e João Cachoeira, além da Praça Roosevelt. Outro destaque é o Parque Ibirapuera, com relação a áreas de lazer.
SEGURANÇA
Por fim, a Samba concluiu relatando que as estações do “Bike Sampa” são instaladas em pontos escolhidos de acordo com critérios técnicos e análise dos bairros. Os endereços costumam ficar próximos a lugares com grande fluxo de pessoas, como terminais de ônibus e de Metrô, universidades e centros comerciais. Por questões de segurança do ciclista, os pontos de retirada não estão em vias primárias onde há grande volume de veículos em alta velocidade. Ou seja, o conceito do projeto é oferecer uma opção de deslocamento para pequenos percursos de forma segura e entre a malha de estações.