Aconteceu o inesperado, o inimaginável.
Todos aguardavam para o começo de fevereiro um desfecho para as longas acusações da Lava-Jato, envolvendo finalmente toda a “corja” de uma vez e com argumentos irrefutáveis, pois seriam repetitivos constantes de 77 delações.
Assim, um acidente ceifou a vida de um grande homem, um juiz probo, honesto, sério e pouco fantasioso, totalmente voltado para o direito, íntegro e trabalhador, talhado para a função, e que vinha fazendo um trabalho exemplar, em meio a tantas dificuldades e interesses contrários, nessa operação que parece que nunca mais vai ter fim.
Morre o ministro do STF, Teori Zavascki, deixando uma obra inacabada.
O filho do ministro, o advogado Francisco Zavascki, cobrou uma investigação e disse o que a polícia diz sempre: “nenhuma possibilidade deve ser descartada”. É preciso investigar a fundo e saber se foi acidente ou não, que a verdade venha à tona seja ela qual for”. Disse, ainda, que: “ficará próximo aos desdobramentos das investigações”.
Ainda relatou que: “havia grupos contrários às investigações de casos de corrupção do País e que o ministro já havia recebido ameaças, já que era o responsável por conduzir os julgamentos de investigados com foro privilegiado”, os nossos grandes amigos políticos de carteirinha.
Agora, segundo ele: “a questão é o que o movimento seria capaz de fazer”.
Muito embora não devamos fazer acusações sem provas, não podemos nos esquecer que a história está cheia de exemplos como esse, vide o combate à corrupção na Itália, na questão da mafia. Quantos juízes não foram assassinados? E não estamos falando que a história se repete, mas como diz o próprio filho do ministro morto, “nenhuma possibilidade deve ser descartada, pois a questão é o que o movimento seria capaz de fazer”. Completando, o filho do ministro ainda disse: “que o pai estava bastante concentrado na homologação das colaborações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht, o que estava programado para ocorrer em fevereiro. Ele tinha perfeita noção do impacto que tem no País, e que isso poderia realmente fazer o País ser passado a limpo”.
Nas próximas semanas seriam reveladas as delações que, só pela amostragem de uma delas, que acabou vazando, poderia se imaginar onde iriam chegar, pois atingiu até o Temer, seus ministros e o secretariado, além do Renan, do Cunha e o próprio Lula e toda sua “corja”. A coisa realmente ficaria muito feia.
Vamos aguardar como a concentrada e correta presidente do STF, Carmem Lucia, vai agir.