Sem infraestrutura adequada, a Comunidade do Pau Queimado, cujo acesso se dá pela Rua Hely Lopes Meirelles, junto à Marginal Tietê, no Parque São Jorge, Tatuapé, continua crescendo de maneira desordenada. Há cerca de dois meses, moradores próximos chegaram a denunciar o fato de pessoas estarem desviando o curso do Córrego Tatuapé, ao aterrarem o mesmo, para construírem novos barracos.
POLÍCIA MILITAR
Além dos problemas sociais registrados na área, inclusive pela própria Polícia Militar, quem reside na região sofre também com o aumento do número de usuários de drogas. E segundo o comandante da 2ª Cia. do 51º Batalhão da PM, capitão Edson Serra, boa parte dos consumidores e vendedores de entorpecentes percorrem o caminho entre a Comunidade e a Avenida Celso Garcia, estação Carrão do Metrô, praças próximas, até a própria Marginal, sob o acesso do Viaduto Aricanduva.
AUDIÊNCIA
Conforme o presidente do Conseg do Parque São Jorge, Rogério Félix Martins, o terreno em que está o conglomerado de casas de alvenaria e barracos deveria ser reurbanizado, como foram tantos outros da cidade. Para ele, deveria haver uma definição por parte do poder público, já que o lugar não é bom para quem vive em condições precárias e nem para os vizinhos. A realidade da Comunidade, inclusive, está registrada em documentos produzidos em uma audiência pública realizada em abril no bairro.
CDHU
Como a questão tem se tornado cada vez mais crítica, esta Gazeta voltou a contatar os órgãos possivelmente envolvidos na ação de retomada do espaço público e de reorganização do conjunto de moradias, sendo em modelos de casas ou de apartamentos. A assessoria da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) informou ter removido 99 famílias da Comunidade Pau Queimado por situações emergenciais – incêndio e enchentes -, sendo que 16 delas receberam habitação de interesse social e 83 recebem auxílio-moradia, até obterem uma unidade habitacional.
DESAPROPRIAÇÃO
Conforme a pasta, ainda, os moradores restantes serão retirados após a desapropriação do terreno particular pela Prefeitura, conforme parceria firmada, e a transferência para a CDHU para a construção de moradias, que permitirá o reassentamento das famílias no local. Já a assessoria da Caixa Econômica Federal relatou que, no que concerne a ela, até o momento não há nenhum registro de projeto de reurbanização da Comunidade do Pau Queimado. Quanto à Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), até o fechamento desta edição, a mesma ainda não havia se pronunciado a respeito da questão.