De acordo com muitos deles, a restrição começou a valer depois que a faixa exclusiva de ônibus foi implantada; queda nas vendas foi imediata.
Ao reduzir o tempo de viagem dentro dos coletivos, a faixa exclusiva de ônibus, que acaba por ajudar muitas pessoas no deslocamento diário para o trabalho, pode se tornar um problema para quem tem comércio. Isso quando é determinada a proibição do estacionamento de veículos de passeio e de carga/descarga, em período integral.
Foi o que aconteceu na Avenida Conselheiro Carrão. Preocupados com a queda nas vendas depois que a proibição começou a vigorar, donos de estabelecimentos comerciais foram até a Subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão, no último dia 3, para reclamar.
“Fizemos um abaixo-assinado pedindo para que seja liberado o estacionamento no horário em que a faixa não está em funcionamento. Não somos contra a faixa de ônibus, o que está pegando é a proibição para se estacionar”, explicou Mauricio Lavalle.
HORÁRIO INTEGRAL
As placas que foram colocadas ao longo da Avenida Conselheiro Carrão indicam o seguinte: proibido estacionar de segunda a sexta, das 6 às 20 horas, e aos sábados, das 6 às 14 horas; sendo que a faixa exclusiva de ônibus funcionada no sentido centro, das 6 às 9 horas, e no sentido bairro, das 17 às 20 horas.
“Se a CET liberasse o estacionamento no horário em que a faixa não está em funcionamento, ficaria bom pra todo mundo”, ressaltou o comerciante Odinei, que também está bem preocupado.
Ele tem medo que a avenida tenha o mesmo destino que a Celso Garcia. “Lá comércio quebrou depois que proibiram o estacionamento e hoje vemos uma situação de degradação. Na Conselheiro estão colocando em risco um comércio que dá certo. Sei de cliente que desistiu de parar com medo de levar multa e porque não tinha lugar para estacionar”, lamentou.
COMISSÃO FORMADA
Após visita à Subprefeitura Aricanduva, foi formada a Comissão dos Lojistas da Avenida Conselheiro Carrão para tratar a questão. “No dia 30 de setembro colocaram a faixa exclusiva e as placas de proibido estacionar. No dia 3 de outubro fomos conversar com a subprefeita Dilian Guimarães. Formamos a comissão, composta por mim, Odair Camargo, mais os comerciantes Rafael, Moacy, Roberto e Averaldo. No dia 7, tivemos uma reunião na GET 3, intermediada pela Dilian, mas não tivemos a resposta que esperávamos. No dia 8, procuramos o vereador Massataka Ota para organizar uma reunião com o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto. No dia 9, fomos até a Prefeitura, levar a questão à Secretaria dos Assuntos Governamentais, e nos foi dito que aguardássemos uma resposta. Fomos então até o gabinete da vereadora Sandra Tadeu, também para pedir ajuda. Ou seja, estamos indo aonde podemos ir para tentar resolver a questão o quanto antes. As vendas já caíram cerca de 50%. Isso é muito sério. As lojas estão vazias. Só queremos que o estacionamento seja liberado, quando a faixa estiver desativada, assim como acontece em outras avenidas com comércio, caso da Rio das Pedras”, reforçou o pedido Odair.
OUTRAS QUEIXAS
Ao longo da semana, leitores também entraram em contato com a redação para questionar outros problemas relacionados com a implantação das Faixas Exclusivas de Ônibus.
Entre os questionamentos, como é possível instituir a faixa exclusiva em trechos onde a via segue em uma única faixa? Foram citados dois trechos: um na Avenida Conselheiro Carrão, entre a Rua Serra de Botucatu até o Viaduto Conselheiro Carrão, e outro na Avenida Gabriela Mistral.
Outra observação foi com relação ao curto espaço destinado entre a faixa contínua e a pontilha. Vários exemplos foram citados na Avenida Radial Leste, assim como nas avenidas Aricanduva, Eduardo Cotching e na Marginal Tietê.
Alguns leitores também reclamaram da alta velocidade dos ônibus e da dificuldade que os motoristas têm para entrar na faixa pontilhada quando há um ônibus seguido do outro, para não perder a saída para a rua desejada.