Ato contou com a presença de moradores, familiares e amigos do estudante, além de representantes de movimentos que pedem a redução da maioridade penal e familiares de outras vítimas da violência.
Emoção. Este foi o sentimento que tomou conta da passeata que aconteceu no sábado, 17 de agosto, no Belém. O ato aconteceu no dia em que Victor Hugo Deppman, morto por um menor durante um assalto em frente ao prédio em que morava, no dia 9 de abril deste ano, completaria 20 anos. Victor estava no terceiro ano do curso de Rádio e TV, da faculdade Cásper Líbero.
“É uma dor que não tem fim. Ele poderia estar comemorando hoje, com a gente, o seu aniversário. É um dia muito difícil. Meu filho era alegre, feliz, de bem com a vida. Aconteceu no bairro onde moramos. As pessoas estão com medo e estamos nos mobilizando para mudar isso. No dia 27 vou à Brasília para falar sobre a minuta do projeto de lei que pede a redução da maioridade penal. Não que isso por si só seja suficiente, mas já ajuda. É um começo”, comentou Marisa Rita Riello Deppman.
Ela, junto do marido, José Valdir Deppman, e de outros movimentos, agora luta para que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição de redução da maioridade), seja aprovada.
APOIO
Os cartazes e faixas reivindicavam desde mais segurança e atenção para as leis penais que envolvem crimes hediondos cometidos por menores, como mais policiamento para o bairro do Belém. Com gritos de paz e por um País mais justo, os manifestantes seguiram do Largo São José do Belém em direção ao Cemitério da Quarta Parada. Lá os familiares de Victor Deppman prestaram homenagens ao filho e rezaram em sua intenção.
“Há cinco anos lutamos pela redução da maioridade penal. O Victor tornou-se a bandeira de nossa causa”, comentou Sandra Domingues, da ONG Justiça é o que se Pede.
“Em setembro faz 14 anos que meu filho [Rodrigo Balsalobre Damus] perdeu a vida quando saía da faculdade. Ele tinha 20 anos. Um menor confessou ter atirado nele. É um pesadelo que não tem fim. Desde então luto pela redução da maioridade penal”, comentou Jorge Damus Filho.
NOMEAÇÃO
Integrantes do Movimento por um Belém Melhor, entidade que indicou a mudança de nome da Praça de Esportes do Parque do Belém para Conjunto Esportivo Victor Deppman, também compareceram.
“Victor foi assassinado no dia 9 de abril e, dias antes, nos reunimos para falar sobre a falta de segurança no Belém. Já vínhamos cobrando mais policiamento nas ruas do bairro, até que isso aconteceu”, revelou o presidente, Luiz Carlos Modugno.
Perguntado sobre qual a sua avaliação hoje acerca da segurança no Belém, Modugno respondeu o seguinte: “Teve um aumento no policiamento, mas ainda falta. A população local não estava acostumada com a violência. O Belém sempre foi considerado um bairro muito tranquilo. Precisamos nos unir para que não volte mais a acontecer o que aconteceu com o Victor”, finalizou.
ABAIXO-ASSINADO
Roberto Sekiya, um dos coordenadores da União em Defesa das Vítimas de Violência (UDVV), também apoiou a passeata. Na ocasião ele passou o abaixo-assinado que pede punições mais duras para os crimes contra a vida, previstos na nova proposta de Código Penal, que se encontra no Congresso Nacional. Informações podem ser obtidas pelo telefone 2225-3145 e no site www.pelofimdaimpunidade.com.br.
A Non Violence Project Brasil também esteve representada. De acordo com Henrique Siwek, a organização, sem fins lucrativos, atua no combate à violência incentivando os jovens a participarem de ações socioeducativas e de incentivo à prática esportiva. Além disso, também são realizadas ações com educadores formadores que vão trabalhar diretamente com os jovens, incentivando que eles incorporem ações positivas em suas vidas.