Mas já passaram-se quatro anos sem a presença física do grande amigo, chefe e mestre de todos nós da Gazeta do Tatuapé e todo Grupo Leste. Há quatro anos calou-se a voz marcante de um “Comentarista Igual a Você”, do rádio e da televisão e das críticas firmes sempre em busca das melhorias para o bairro do Tatuapé e da Zona Leste.
Defensor intransigente da ordem, da decência e da honestidade, jamais vergando-se ao temor de qualquer represália, pautando a conduta dentro da verdade e com isso colhendo frutos que enchem de orgulho seus familiares, funcionários, amigos e clientes.
Calou-se a voz, porém ficaram os exemplos e as atitudes, coisas que não se apagam com o tempo, mas que se reproduzem através dos atos daqueles que o seguiram e o admiraram e continuam admirando. Quatro anos sem o mestre, quatro anos de muita saudade, mas de crescimento, pois, através da herança de seus atos e de seu trabalho, o Grupo Leste prosseguiu em desenvolvimento. Estamos falando, sim, de Romano Neto.
Hoje, se ele aqui estivesse, certamente não estaria compartilhando com o descalabro moral de nossos políticos, da farsa que nos é imposta por eles, do aproveitamento próprio da legislação através de nosso Judiciário, com a venda de sentenças, com benesses de toda espécie, com o desrespeito aos mais humildes.
Efetivamente, como diria ele, não é esse o país que imaginava deixar para seus filhos e netos. A verdade é que não mudou nada nos quatro anos que se passaram: os políticos são os mesmos do partido que mandava, continua mandado e quer se perpetuar no poder. O que mudou é que ficou demonstrado que em verdade o partido tornou-se o partido de um homem só, Lula. Tanto é verdade que se não houver o apoio ostensivo dele aos candidatos de seu partido, a campanha de nenhum deles decola.
Ele encarnou de tal forma o PT, que o PT sem Lula não é PT. O próprio povo assim o identifica, tanto que ninguém está se interessando com a política, ninguém está dando qualquer bola para o candidato Haddad; tanto que até para a Marta estão pedido apoio e ela nega; com toda razão, diz: “ele que vá gastar a sola do sapato”, como ela gastou ao seu tempo.
Sem sombra de dúvidas, nada alterou em quatro anos. Apenas a marca decisiva de um líder que, mesmo doente, é forte e inquebrantável aos olhos do povo. Não surgiu nesse período um único líder, tanto na posição como na oposição. A oposição acomodou-se e ficou deitada nos louros dos ensinamentos de Fernando Henrique e ninguém desenvolveu nada; assim, nem tem um candidato à altura para debater-se e superar o Lula, que se candidatar a presidente, superará qualquer candidato.
Possivelmente o grande Mestre Romano Neto estaria até gostando de algumas das atitudes da Dilma; pelo menos a “gerentona”, embora não seja política, tem sido uma boa gerente, se daria muito bem na presidência de qualquer empresa, pois tem pulso firme e sobretudo técnica, mas longe de ser uma presidente de um país, porque, como se sabe, não se governa sem fazer política e isso ela não sabe fazer acabando por complicar-se quando se torna necessário, haja vista o seu embate com os aliados do governo.
Lá se foram quatro anos e, no momento em que a saudade aumenta, só nos resta lembrar de suas frases características como: “você não presta mas eu te amo”, “diga-me lá uma coisa bonita”, o característico “efetivamente”, e tantas outras que marcaram sua vida.
Plagiando o também inesquecível Fiori Gigliotti, podemos encerrar, com sua frase bem conhecida em seu “Cantinho de Saudades”: Romano Neto ficará guardado para todo o sempre, incrustado na beleza e na ternura em nosso coração em um “Cantinho de Saudades”.