Enquanto tudo isso se repete, o País vai definhando dia a dia.
É inacreditável que após tantos discursos, tantas discussões na Assembleia, tudo tenha que se repetir no Senado. O formalismo e a burocracia atravancam tudo e, com isso, vivemos um vácuo no poder, onde a Câmara, que tradicionalmente nada faz, agora faz menos ainda; o Senado ocupa-se de repetir tudo o que já se passou na Câmara, cujo resultado já é conhecido; o Poder Executivo, moribundo, já fechou as portas; e o STF fica suspendendo e adiando decisões de processos milionários na espera de que se dê o desfecho, o desenlace.
Primeiro vivemos o momento do desarranjo total, Fernando Henrique remontou o Pais e o entregou a Lula, que nos primeiros quatro anos o dirigiu bem. Já no segundo mandato ele só pensou como faria o seu sucessor. Aí entrou a tal da Dilma e a coisa desandou, já estava feia, mas a maioria dos brasileiros entendeu que ela deveria ficar, ficou e deu no que deu.
O pior, eles dizem que defendem a pátria e o povo, dizem que não deixarão nem vestígios de sua participação no governo, não entregarão o comando, não farão o repasse de documentos, projetos ou coisas parecidas. Aliás, projetos realmente não os têm.
Esses são os patriotas que só sabem se defender falando em “golpe”, quando o grande “golpe” foi dado por eles e agora o complemento do “golpe”, entregando um Pais totalmente esfacelado, derrotado, desnudo de informações, como se fossem crianças birrentas, quando se lhe tiram um brinquedo.
É bem isso, o “brinquedo”, que era o poder, a máquina de fazer dinheiro, está lhes sendo retirada. Agora acabou a brincadeira. Com isso, de onde sairá o dinheiro para as próximas eleições? Como prosseguirá o projeto criminoso do poder? Sem dinheiro ele não prosperará e está fadado à morte. Aí a grande luta, a grande resistência a tudo. Por mais que façam, não há quem lhes sustentará a máquina do governo que fabricava dinheiro através de propinas. As fontes secaram, acabou a festa.
É bem isso, é clima de fim de festa, papéis sujos lançados ao chão, guardanapos amassados, copos quebrados e garrafas vazias, além de pratos fétidos ainda sujos de sobra de comida, trapos das roupas rasgadas e sapatos perdidos no salão, sinais de uma grande festa no reino da mediocridade e da sem vergonhice, restos da esbórnia.
Por maiores que sejam as manifestações deste 1º de maio, orquestradas e pagas pelas sobras do petrolão, de nada adiantará. A festa acabou, não há mais garçons para servir, o grande maître foi engolido e engasgou-se com o fruto de sua roubalheira e com ele todos os que o seguiam. Os que permanecem choram a falta da “viúva”, mas ela agora terá outros donos.
A responsabilidade dos que sucederão os “bandidos”, sabem muito bem que não podem transformar-se em outros “bandidos”, porque agora o povo aprendeu a lição, e eles não prosperarão.
Parece que começa muito bem, pelo menos o ministério que está sendo formado por Temer, demonstra que efetivamente a lição foi aprendida, o governo não deve pertencer a um partido, mas ao povo, o povo é quem deve governar. Os homens que lá estão são os mandatários do povo e como tal devem agir, os mandantes são os eleitores.
É bem verdade que Temer não foi o presidente que o povo elegeu, mas a ele é dada essa incumbência por força de lei, logo, exerce o cargo dentro da mais absoluta legalidade, e não à revelia da lei, como dizem e querem convencer os petistas, no sentido de tirar esta legalidade, para dizer que o importante é o presidente eleito. Todavia, esquecem-se que não basta ser eleito, é preciso honrar e respeitar o cargo.