A live “Gente da Gente”, que pode ser vista no Instagram @gazetadotatuape, entrevistou Eduardo dos Santos, presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé. Morador do bairro desde sempre, Santos é dirigente da Acadêmicos há 32 anos, mas, nos últimos oito, ocupa o cargo de presidente. Sua ativa participação na escola fez com que a comunidade lhe desse um forte apoio na criação e produção dos desfiles. Assim, ele pôde fortalecer sua marca que é de investir e valorizar o componente fantasiado.
SUAS RAÍZES
Logo no início do bate-papo, Santos falou sobre as suas raízes, que começaram na Avenida Conselheiro Carrão, esquina com a Rua Ibicaba. No mesmo endereço onde o seu avô teve o Bar e Lanches Três Irmãos em que um dos irmãos era o pai do comandante da agremiação.
ESTUDOU NO BAIRRO
Além disso, Santos também se casou com uma tatuapeense que chegou a trabalhar com a família Marengo, uma das mais tradicionais da região. Como estudante, passou pela escola particular Santa Inês, depois foi para o colégio Vila Zilda, no qual fez o ginásio, e terminou o colegial fazendo ensino técnico de contabilidade no Excelsior.
MODERNIDADE
Nesse sentido, Santos comprova que realmente é filho do Tatuapé e, por isso, faz questão de levar à escola de samba a modernidade do bairro, sua história e todos os atrativos que resultam em milhares de fãs para a região e para a própria agremiação.
DIRIGENTES E GOVERNOS
Por conta disso, a questão da pandemia também foi um dos assuntos abordados na conversa. Até porque o prefeito Bruno Covas e o governador João Doria adiaram o carnaval para maio de 2021. De acordo com o presidente da Acadêmicos, os dirigentes de escolas se reuniram com representantes dos governos para discutir o tema. Segundo ele, na verdade os encontros começaram logo depois do final do carnaval anterior e o tema principal das discussões era o impacto que a decisão iria gerar.
EXPECTATIVA
Santos destacou que, geralmente, a partir de agosto as escolas começam a produzir as fantasias. “Isto porque o espetáculo que vai para a avenida demora, em média, entre seis e sete meses para ser construído, confeccionado”, contabilizou. Se tudo estivesse caminhando normalmente, no período citado seriam fabricadas as alegorias e manufaturadas todas as peças que demandam mais tempo para fazer. Paralelamente, lançaria o samba-enredo e se daria início aos ensaios na quadra. “Entretanto, como essa atividade reúne várias pessoas, nós não temos ideia de quando isso poderá ser feito”, apontou.
MAIO OU JULHO
Diante desse quadro, o presidente lembrou da importância não só da Prefeitura, responsável pelo Sambódromo, mas da Rede Globo, que faz a transmissão da festa. “As duas instituições, em conjunto com as escolas, conseguiram chegar não a uma data específica, porém, a um período aproximado para quando poderá ser programado o evento, que está entre o fim de maio e o início de julho”, frisou.
CAMPO DAS HIPÓTESES
Com essa perspectiva, Santos declarou haver a possibilidade de se programar e entender que, a partir daí dá para se contar o tempo de preparação. “Mesmo assim, trabalhamos no campo das hipóteses, pois teremos de acompanhar todos os estudos relacionados à diminuição dos índices de contaminação, dos protocolos de segurança que certamente serão seguidos e também da programação da vacina para a Covid-19”, explicou.
SEM DESRESPEITO
O presidente fez questão de afirmar que existe muita responsabilidade por trás de qualquer decisão. “Como não vamos desrespeitar as nossas famílias e famílias de pessoas que perderam entes queridos, deixamos claro que não é porque haverá uma data para o carnaval que iremos lotar a quadra da escola no outro dia. Isto não irá ocorrer”, garantiu. Santos ainda declarou que as resoluções serão seguidas à risca, sejam datas, formatos da festa e até mesmo a não realização do evento.
MENOS COMPONENTES E INGRESSOS
Durante a entrevista, outras hipóteses foram apresentadas pelo presidente da Acadêmicos, como a diminuição do número de componentes, a redução da quantidade de ingressos vendidos e o desfile feito sem nenhum público, como os jogos de futebol atualmente.