Parece que o País está anestesiado com a situação político-econômica atual. Em plena véspera de Natal os comerciantes estão fazendo o impossível para conseguir novos clientes. O crédito não existe mais e os juros estão no teto. Para quem produz a situação não é nada boa, pois não há como competir com os equipamentos chineses e com o mercado europeu e americano ao verificarmos o valor do Real frente às outras moedas.
Em todos os lugares, as pessoas com quem conversamos parecem só ter um assunto, entre tantos outros: a crise. Tudo está aumentando, temos de apertar o cinto, as compras de fim de ano serão magras e não existe uma saída tão evidente. Ou seja, a mudança tem de ser imediata. Não dá para ficar esperando a Justiça por si só determinar quando o deputado Eduardo Cunha sairá da presidência do Congresso e quando a presidente Dilma responderá ao processo de impeachment.
Com esse processo a passos de tartaruga e os políticos rindo da nossa cara descaradamente os anos vão passar e a população sofrerá cada vez mais, de novo. Por isso, pergunto: onde estão os militantes da oposição?
Vemos na televisão, quase todos os dias, políticos criticando o governo, pedindo a saída urgente da presidente, cobrando mudanças de postura no Congresso, mas sem ações concretas. Será que os maiores partidos do Brasil que estão contra o governo não conseguem levar seus militantes às ruas? Se temos 80% de desaprovação do PT no Planalto, as ações deveriam ocorrer num estalar de dedos.
Mas quem pode falar com autoridade para a população voltar a se engajar em uma campanha de moralização, se é que existe? O povo está ávido por líderes, homens ou mulheres que demonstrem amor pelo Brasil e não simplesmente pelo dinheiro que as transações financeiras poderão render.
Muitos participaram das Diretas Já! Outros viveram o tempo dos Caras Pintadas. E nós, continuamos esperando que o Movimento Passe Livre levante sua bandeira ou os Black Bloks saiam pelas ruas quebrando tudo e demonstrem sua raiva.
Será que esses pequenos grupos representam toda uma população? Claro que não. Mas esse ostracismo só favorece os que estão no poder. Tudo vai sendo adiado para 2016, 2017, até que o governo Dilma chegue ao fim, os senhores Eduardo Cunha e Renan Calheiros continuem suas presidências no Congresso e no Senado, respectivamente, e as eleições estejam de volta.
Se isso acontecer, como o povo será respeitado? Fica difícil. Contra os poderosos a população só tem uma arma: a união. Contudo, todos ficam olhando para os políticos e economistas como se eles fossem os salvadores da pátria. Porém, no “Frigir dos ovos”, quem pagará nossas contas? É preciso se organizar, pressionar, exigir. Afinal de contas, se não fosse por nós ninguém estaria lá gozando do bem-bom sem dar a mínima importância aos seus eleitores.
Muitos dos presos da Operação Lava Jato estão se safando e o dinheiro que foi enviado para fora do País só terá uma parte repatriada mesmo sendo fruto de crime. Até as investigações entraram no esquema do toma lá dá cá. Ou seja, não temos como confiar em ninguém. Nas próximas eleições, todos que puderem terão direito ao voto. Seja para escolher alguém de confiança, anular ou votar em branco. Para isso, basta mostrar o sentimento que há muitos anos está entalado na garganta. Se um novo movimento de grandes proporções não surgir, apoiado principalmente na militância de oposição por um Brasil melhor, não teremos outra alternativa senão a da urna. Qual será a nossa escolha?