Andar a pé dá às pessoas a possibilidade de observar certos detalhes que, de carro ou de ônibus, passariam despercebidos. E, neste contexto, a falta de planejamento quanto à questão da fiação pública é um assunto que, de certa forma, me incomoda. Não estou aqui para julgar ou condenar essa ou aquela administração, seja ela pública ou privada, mas simplesmente para dar a minha opinião.
Ao conversar com amigos sobre assuntos diversos relacionados à cidade, a superexposição dos fios sempre é lembrada e relacionada a inúmeros problemas. Entre eles está o fato de muitos moradores, caso tenham algum poste em frente às suas janelas, terem somente um emaranhado de fios como paisagem.
Infelizmente, este não é só um problema dos chamados bairros da periferia ou das comunidades. A poluição visual causada pela fiação exposta é visível em toda a cidade. A diferença, se assim posso me referir, é que em alguns bairros ela é mais “organizada”, mais “certinha” e menos “caótica”.
Beleza à parte, a segurança é o fator primordial da questão. E neste contexto pergunto: até que ponto este emaranhado de fios é considerado seguro? Além disso, está se tornando comum observarmos ligações entre os próprios fios! Que loucura! Até parece um “gato” legalizado. Mais uma vez questiono: como pode uma coisa dessas acontecer em São Paulo, a quarta maior cidade do mundo?
Outra situação que na minha opinião merece ser citada é com relação ao “estoque a céu aberto de fios”. Pelo menos esta foi a definição encontrada por mim para me referir aos “rolos” que ficam lá no topo dos postes.
O mais sério de tudo isso é que está se tornando cada vez mais comum encontrar fios soltos. Isso, na minha opinião, é algo muito sério. Não sabemos se trata-se de um fio com voltagem elétrica ou não, se pertence às redes de telefonia ou TV a cabo. Não importa. Estamos falando da segurança de todos.
A AES Eletropaulo já informou que, por medida de segurança, o morador nunca deve mexer nos fios e ao se deparar com o problema deve-se acionar imediatamente a empresa pelo telefone 0800 72 72 196. Após o registro da reclamação é enviada uma equipe até o local para averiguar se os fios pertencem à concessionária. Se confirmado, a distribuidora realiza os reparos. Caso o cabeamento não seja da AES Eletropaulo, a empresa notifica as concessionárias responsáveis.
Para finalizar, acredito que uma maneira de se resolver muitos dos problemas acima relacionados seria investir em projetos de fiação subterrânea. Muitas concessionárias e até mesmo proprietários de certos estabelecimentos já estão se utilizando desta ferramenta para instalar as suas fiações em galerias subterrâneas. O fato é que o projeto é muito mais caro que a instalação tradicional e, infelizmente, ainda pouco empregada na cidade de São Paulo.