Localizada no Golfo Africano de Guiné, a Nigéria tem um litoral de mais de 850 quilômetros de areias brancas defronte ao Atlântico.
A beleza natural, que poderia alavancar o turismo do país, está sendo no entanto ameaçada por um fenômeno não-natural que vai além da poluição visual.
Ao longo das extensas praias, se acumulam e deterioram-se mais de cem navios de grande porte abandonados, segundo informações oficiais.
Deteriorando-se e espalhando detritos lentamente nas praias nigerianas, estas embarcações também estão alterando o fluxo natural da água do mar, causando uma erosão que chega a 20 metros por mês.
Destruição e conspiração
Edifícios e parte de estradas já foram consumidos pela água nos últimos anos e a preocupação é de que o processo aumente cada vez mais. Uma comunidade muçulmana já teve de encontrar outro lugar para sua adoração, pois sua mesquita jaz no oceano.
Mas de quem é a culpa pelo abandono dos navios?
Autoridades nigerianas afirmam que tratam-se de embarcações estrangeiras e que esforços estão sendo tomados para remover, em um processo lento e dispendioso, os restos dos navios. Há ainda, porém, teorias conspiratórias de que cidadãos do próprio país estejam negociando o descarte dos navios na costa africana.
Custo astronômico
Especialistas estimam que, para a retirada completa de cada embarcação, seriam necessários investimentos governamentais de cerca de US$ 450.000 dólares – um custo astronômico para a frágil economia nigeriana.
Enquanto autoridades nacionais e internacionais não chegam a uma solução plausível para o problema, perpetua-se no mundo mais um desastre social e ecológico.
E nasce um nicho mórbido de turismo na África: a observação da decomposição de outrora imponentes navios ao pôr-do-sol nigeriano.