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Até o dia 30 de junho, estará no Memorial da América Latina, de terça a domingo, das 10 às 17 horas, a exposição “No Escuro, é Permitido Sorrir”. A mostra, que tem o patrocínio da Sabesp, pode ser visitada no Espaço Gabo, ao lado do Pavilhão da Criatividade.
VIAGENS DA ARTISTA
A exposição da artista Maureen Bisilliat traz imagens extraídas dos filmes “Andanças” e “Jequitinhonha: a Última Viagem”. Os vídeos registram as viagens que a artista e seu companheiro Jacques Bisilliat fizeram por países latino-americanos e pela região do Vale do Jequitinhonha, em Minas.
INFÂNCIA ITINERANTE
Filha de um diplomata argentino e de uma pintora inglesa, Maureen viveu uma infância itinerante entre Inglaterra, Estados Unidos, Dinamarca, Colômbia, Argentina e Suíça. Esse desenraizamento cultural, apontado por ela mesma, começou a terminar quando, em 1953, mudou-se para São Paulo em companhia do fotógrafo espanhol José Antonio Carbonell, seu primeiro marido. Estudante de pintura desde o ano anterior, começou a se interessar por fotografia por influência de Carbonell, realizando seus primeiros experimentos tendo como modelos imigrantes japoneses de uma plantação de algodão no interior de São Paulo.
ESTUDOU EM PARIS
Após algumas temporadas no exterior – em Paris, em 1955, onde estudou pintura com André Lhote; em Nova York, dois anos depois, para frequentar o Arts Students League; e na Venezuela, em 1959, onde trabalhou como telefonista – Maureen retornou ao Brasil e, já separada de Carbonell, começou a se dedicar mais intensamente à fotografia, terminando por abandonar a pintura. Desta, porém, restou seu fascínio expressionista pelo claro-escuro e pelos enquadramentos surpreendentes.
REVISTA REALIDADE
De 1964 a 1972, fotojornalista contratada da Editora Abril, realizou para revistas como Realidade e Quatro Rodas ensaios que ficaram célebres, entre eles “A batucada dos bambas”, sobre o samba tradicional carioca, e “Caranguejeiras”, retratando mulheres catadoras de caranguejos na aldeia paraibana de Livramento.
SÉRIE DE LIVROS
Paralelamente, dava prosseguimento a suas “equivalências fotográficas” com a literatura, que entre os anos 1960 e 1990 publicaria numa série de livros importantes. Além de Rosa e Amado, travou diálogos com as obras de Euclides da Cunha, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Adélia Prado e Mário de Andrade, este a inspiração para o ensaio que expôs numa sala especial da XVIII Bienal de São Paulo, em 1985, baseado no livro O turista aprendiz.
SERVIÇO
O Memorial fica na Avenida Mário de Andrade, 664 – Barra Funda. Mais informações no telefone 3823-4600.