Cada vez mais famílias se somam aos moradores que já estavam próximos aos baixos do Viaduto Bresser, na extensão da passarela de pedestres do próprio viaduto e à Rua Pires do Rio. Nos barracos estão homens, mulheres e crianças que ficam sob barracas de lona, improvisadas e barracos de madeira. Na última quarta-feira, 29, era possível ver grandes quantidades de madeiras e telhas. Algumas árvores começaram a ser cortadas para dar lugar a outras casas e o número de utensílios, como armários e sofás, também é maior. No mesmo local, os moradores lavam e estendem suas roupas em varais adaptados.
TRATAMENTO
Como há pessoas sem casa e trabalho ou procurando tratamento médico, moradores e comerciantes da região pedem ajuda da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMADS) para minimizar a dificuldade de quem precisa caminhar pelas proximidades ou trabalha na região. Segundo o estudante William dos Santos, às vezes os jovens ficam com receio de ficar esperando ônibus no abrigo da Radial Leste. “Sinto que a Prefeitura está tendo dificuldade de administrar a transferência das famílias para albergues. Com isso, a ‘invasão’ tende a crescer”, avisou.
MOTORISTAS
Motoristas estão preocupados com o risco de atropelar alguém, pois muitos dos sem-teto atravessam a avenida à noite. Além disso, os condutores têm medo de serem abordados no entorno do viaduto. No caso dos pedestres, é impossível subir a passarela da alça de acesso para quem quer atravessar o viaduto, pois o local está tomado por barracos.
Conforme pesquisa da reportagem, a SMADS mostra que está em funcionamento o ponto de acolhimento São Camilo II, localizado na Rua Ivaí, 187, que fica aberto 24 horas. Com capacidade para receber 200 pessoas à noite e 150 durante o dia, o local oferece banho, jantar, pernoite, café da manhã e almoço.
LUGARES
Outros locais são: Centro de Acolhida Arsenal da Esperança – Rua Dr. Almeida Lima, 900, telefone 2292-0977. Centro de Acolhida Especial Casa de Marta e Maria (mulheres) – Rua Catumbi, 427, telefone 2692-4416. Família em Foco (famílias) – Rua Julio de Castilho, 620/622 – Belém, telefone 2693-0488. Espaço de Convivência Mooca – Rua da Mooca, 26, telefone 3209-2670. Espaço de Convivência Bresser – Rua Bresser, 2141, telefone 2815-1223. Espaço de Convivência Alcântara Machado – Avenida Alcântara Machado, 888, telefone 3843-4518.
O OUTRO LADO
Segundo a Secretaria, ocorrem ações diariamente na região citada, abordando e encaminhando moradores em situação de rua por meio de orientadores sociais do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas).
Ainda de acordo com a pasta, com a finalidade de promover o retorno ao convívio da família e da comunidade, o trabalho desenvolvido pelos orientadores é socioeducativo e consiste na identificação, aproximação, escuta e encaminhamento das pessoas que aceitam seguir para a rede de assistência, como Centros de Acolhida.
Para a Secretaria, é importante ressaltar que as pessoas são convidadas a ir para os abrigos, mas não são obrigadas a aceitar o encaminhamento. Porém, afirmou ser um trabalho permanente e sempre com a missão de convencê-los a deixarem as ruas. Outros dados revelam uma rede social composta por 71 Centros de Acolhida que juntos disponibilizam cerca de 10 mil vagas.