A implantação das ciclovias/ciclofaixas pela cidade, uma das principais metas do atual governo municipal, continua a gerar polêmica e discussão. Entre as pessoas que são a favor e aquelas que são contra, vem de “carona” o projeto “Bike Sampa”, que dá a oportunidade para a pessoa que não tem bicicleta de alugar uma e sair pedalando por algumas horas. A ideia é legal, só que, assim como os traçados das ciclofaixas, nem sempre o seu endereço ou rota agrada a vizinhança.
No dia 14 de outubro, o tatuapeense José Jorge de Castro entrou em contato com a redação deste semanário indignado com o que estava acontecendo na rua onde mora. “Estão colocando um ponto do Bike Sampa na Rua Tijuco Preto, esquina com a Rua Vilela. Não avisaram ninguém! Não perguntaram se iria atrapalhar os moradores, os comerciantes, nada. Simplesmente começaram a fazer. Fico estarrecido quanto à forma como as coisas são feitas; quero dizer, impostas! Não há diálogo. Por isso resolvi ligar direto para a Gazeta”, comentou.
SEM INFRAESTRUTURA
De acordo com Castro, a via em questão não oferece nenhuma condição de segurança aos ciclistas e o ponto irá prejudicar os dois comércios localizados ao lado do ponto de parada para as bicicletas.
“Moro há 26 anos aqui e nunca vi ninguém passar de bicicleta. O trânsito é imenso, com muito ônibus, caminhão e carros passando a toda hora.
Os motoristas não respeitam o limite de velocidade e aí eu pergunto: o ciclista vai andar aonde no meio deste caos? Vai correr riscos? Outra coisa: tirou várias vagas de estacionamento. Se antes as pessoas já paravam em frente às garagens das casas, imagina agora. Também acredito que isso irá prejudicar, e muito, o mercadinho. Quero ver onde vão parar para descarregar as mercadorias. E agora, quem vai dialogar com a gente para resolver esta questão?”, questionou.
O OUTRO LADO
Até o momento a Prefeitura já construiu mais de 78,3 km de ciclovias e o prefeito Fernando Haddad pretende entregar em toda a cidade, até o final de 2015, 400 km. A ideia é fechar 2014 com 200 km. Para fiscalizar os percursos, estuda-se colocar nas ruas mil e duzentos agentes ciclistas da Guarda Civil Metropolitana, para monitorar as ciclovias/ciclofaixas.
Responsável pela área onde o ponto de bicicletas foi instalado, a Subprefeitura Mooca informou através de uma nota que a instalação do Bike Sampa é de responsabilidade da CET, da Secretaria de Transportes e do Banco Itaú. “Nós indicamos locais como praças, parques etc. No entanto, a decisão fica por conta destes órgãos. A autorização, uma vez que é no leito carroçável, é feita pela CET.”
A reportagem direcionou os mesmos questionamentos à Companhia de Engenharia de Tráfego, que respondeu o seguinte: “antes da instalação das estações Bike Sampa a CET realiza estudos e avaliações no local, verificando tanto a melhor posição para atendimento da demanda, quanto a de preservar a dinâmica e características do local.”