Na edição passada, de 3 a 9 de junho, esta Gazeta destacou alguns problemas estruturais na Avenida Jacu-Pêssego. Com relação ao sistema viário, durante recente visita à região, o prefeito Gilberto Kassab disse que os problemas de trânsito gerados pelo grande número de caminhões que trafegam na Jacu-Pêssego serão solucionados assim que o trecho leste do Rodoanel estiver pronto, provavelmente em 2014.
INTERVENÇÕES PONTUAIS
A reportagem deste semanário entrou em contato com o engenheiro Roberto Massaru Watanabe, subprefeito de Itaquera em 2004, para falar sobre projetos que poderiam ajudar a melhorar o sistema viário ao longo da avenida. Confira a seguir as observações apontadas pelo engenheiro.
GAZETA: Do ponto de vista viário, qual ou quais as principais deficiências da Avenida Jacu-Pêssego atualmente?
WATANABE: Dois fatores. 1 – A avenida não está completa, segundo o Projeto Original. Faltam diversas obras, como: A – Interligação com o Aeroporto de Guarulhos. Importantes centros de produção industrial como o Polo Industrial de Santo André e o vigoroso Polo Industrial de Mauá escoam a produção pelo Aeroporto de Cumbica. B – Alças de Interligação com a Radial Leste. A Avenida Radial Leste não estava nem em pensamento quando foi feito o Projeto da Avenida Jacu-Pêssego (época de Paulo Maluf como governador).
2 – Um novo fato crítico foi adicionado, isto é, a proibição do tráfego de caminhões pelas avenidas marginais do Rio Tietê. Com isso, grande parte do tráfego proveniente do Vale do Paraíba e do Sul de Minas com destino ao ABC (ou vice-versa) que usava a Avenida Salim Farah Maluf está agora usando a Jacu-Pêssego. O vice-versa é por que muitas grandes indústrias que estavam no ABCD mudaram parte de sua produção para o Sul de Minas (A Rhodes que ficava na Cidade Patriarca foi para Camburi).
GAZETA: Quais soluções você, como engenheiro, colocaria como essenciais para resolver os problemas acima citados?
WATANABE: Concluir a Alça Norte, construindo o prolongamento da Jacu-Pêssego até o Aeroporto de Cumbica. Nesse prolongamento há uma importante interligação com a Rodovia Presidente Dutra e o acesso ao Aeroporto, por detrás, descongestionando o atual e único acesso que é pela Rodovia Helio Schimidt. Essa ligação Dutra-Aeroporto é importante para aquelas indústrias localizadas ao longo da Dutra, Arujá, Santa Isabel, Jacarei, São José dos Campos e Taubaté que dependem muito do aeroporto para a importação de peças e partes, pois nesses polos temos importantes indústrias como as automobilísticas (GM e VW) em Taubaté e aeronáuticas (Helibrás, Embraer) em São José dos Campos. Alguém poderia alegar que está sendo construída a Alça Norte do Rodoanel. Mas a alça norte não vai dar acesso ao aeroporto além de seu traçado, embora perto, ficará muito distante do aeroporto.
GAZETA: Estes problemas poderiam inviabilizar ou prejudicar a locomoção em 2014, ano da Copa?
WATANABE: Sim. O acesso ao estádio do Corinthians para quem vai pela Avenida Jacu-Pêssego, a partir do Rodoanel Mário Covas, sem a alça de acesso é complicadíssimo. Outra alça que falta é a da saída do estádio pela Radial Leste, para quem pretende retornar ao Rodoanel, além da alça de saída do estádio pela Radial, para quem pretende pegar a Ayrton Senna.
Vanessa de Sousa e Sérgio Murilo