A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no Largo do Rosário, Penha, teve parte de sua história manchada durante uma reforma irregular realizada em março deste ano. O fato ocorreu quando as freiras responsáveis pela igreja receberam a autorização do monsenhor Carlos Calazans, responsável pela Basílica da Penha, de colocar azulejos nas paredes construídas em taipa de pilão. O problema é que a reforma foi iniciada sem a autorização do Condephaat, órgão de preservação histórica.
CONDEPHAAT
De acordo com Julio Cesar Marcelino, do Movimento Cultural Penha e um dos coordenadores da Festa do Rosário, técnicos do Condephaat estiveram no local e confirmaram que a obra não poderia continuar. Segundo ele, o monsenhor foi comunicado do problema e recebeu um prazo para solucionar o caso.
IRMANDADE
Para Marcelino, mesmo que a construção tenha sido impedida de continuar, agora o lugar terá de passar por restauração. No entanto, para isso será preciso contratar engenheiros ou técnicos especializados no trabalho. Ou seja, a recuperação da estrutura original poderá levar um ano ou mais. A igreja, erguida por volta do ano de 1802, com telhas toscas e taipas de pilão, nasceu a partir de uma petição encaminhada pela Irmandade dos Pretos da Freguesia da Penha de França ao Bispo de São Paulo.
SEMINÁRIO
Segundo o engenheiro José Francisco Folco, do Memorial Penha de França, este não é um fato isolado sobre ações contra a história do bairro. “O Seminário da Penha, por exemplo, ainda corre o risco de ser demolido. Isto porque existem pessoas interessadas na revogação do tombamento do prédio”, avisou.