AutoPerfil: Avaliação no Chile do Hyundai Creta com novo visual – Fotos: Divulgação – Data: 11/07/2024 – A menção dos créditos é obrigatória
Realinhamento estético
Hyundai lança no Chile o novo face-lift do Creta, que deve chegar ao Brasil no final de 2024
com Jorge Beher
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Já há algum tempo, a Hyundai aposta em design ousados para chamar a atenção para seus modelos. Na maioria das vezes, o risco compensa e realmente destaca os carros da marca na multidão. Mas volta e meia os modelos sofrem alguma rejeição. Foi o que aconteceu com a segunda geração do HB20, que logo passou por um face-lift. Episódio semelhante ocorre com a reestilização implementada no SUV compacto Creta. A tal ponto que até hoje, três anos após a mudança, o modelo com o desenho original, lançado em 2016, continua em linha para segurar as vendas. Agora, a Hyundai pretende promover uma nova reestilização, para cumprir uma última etapa dessa geração, que deve ser substituída em 2026, como linha 2027. A ideia é fazer uma pequena intervenção, que afetará basicamente a frente – principal foco da rejeição do SUV. Essa mesma versão já é vendida na América Latina, como no México e mais recentemente no Chile.
Por fora, o Creta acompanha o estilo do HB20, com grade paramétrica, com motivos geométricos, e mantendo a organização atual do conjunto luminoso do Creta, com lanternas e day light na parte superior e faróis principais na faixa central do para-choque. Na traseira, a única alteração foi na moldura da parte inferior do para-choque. As dimensões se mantiveram praticamente inalteradas: ganhou 2 cm no comprimento, com 4,32 metros, mas manteve a largura de 1,79 m, a altura de 1,63 e o entre-eixos de 2,61 m. O porta-malas comporta 422 litros de bagagem.
Na Índia, o Creta recebeu um outro face-lift, mais radical, que chegou a ser aventado para o mercado brasileiro. No entanto, o redesenho adotado no Chile tem a vantagem de exigir um menor investimento – o indiano alteraria até peças de carroceria e é uma melhora evidente em relação ao primeiro face-lift e ainda mais atraente do que o primeiro Creta vendido non Brasil.
Por dentro, o SUV apresentado no Chile perdeu o acabamento em dois tons e passou a ser monocromático. O design interno é simples, mas atraente e a Hyundai não quis modificá-lo. A única alteração na versão vendida no Chile está na tela wide de 8 polegadas da central multimídia, mais alongada. Em relação aos espaços, o carro tem boa área para os ocupantes, mas não há muitos compartimentos de armazenamento – exatamente como o Creta vendido no Brasil.
A posição de pilotagem continua confortável e os bancos melhoraram a ergonomia, embora ainda sejam um pouco menores do que os dos modelos rivais. O volante é ajustável em dois eixos, revestido em couro, multifuncional, iluminado e traz paddle shifts. Já o painel de instrumentos digital passou a ser adotada em toda a gama. Ele traz uma tela de 10,25 polegadas e traz gráficos modernos e atraentes.
Impressões ao dirigir
Sem pretensões
No Brasil, não são esperadas mudanças no leque de motorizações. O modelo deve manter o motor 1.0 turbo de três cilindros flex, com 120 cv e 17,5 kgfm, tanto com etanol quanto com gasolina, para a maior parte das versões. Já o motor 2.0 aspirado de quatro cilindros flex, que gera 157 cv e 19,2 kgfm com gasolina e 167 cv e 20,6 kgfm com etanol, deve continuar reservado para a versão de topo – o velho motor 1.6 aspirado equipa apenas o modelo com desenho antigo. Ambos atendem bem à vocação natural do Creta, que é servir como um crossover que oferece bom comportamento no ambiente urbano e no rodoviário.
Afinal, ninguém vai tentar fazer off-road com o SUV da Hyundai. É claro que hoje existem muitas marcas que já possuem motores turbo muito mais modernos e potentes, porém o Creta não é dinamicamente pretensioso. É um carro correto para quem não gosta de carros e não se interessa ou não presta atenção no que acontece sob o capô, desde que funcione e leve com calma do ponto A ao ponto B.
O chassi é eficiente, equilibrado e coeso. Exatamente por isso, impactos curtos, como buracos e olhos de gato são bem sentidos no interior. Como os plásticos são duros, esses solavancos secos acabam repercutindo. A direção é correta, um pouco leve, mas confortável e fiel. Os freios oferecem uma sensação um pouco mais reativa do que a comum entre seus rivais.