Depois da festa nas ruas do Brasil e de dar o “Tchau Querida!” à presidente Dilma, é hora de trabalhar e mostrar ser possível colocar o País nos eixos novamente. O presidente (interino) Temer está confiante e apresentou aliados de peso para recuperar a economia e voltar a gerar empregos e renda aos trabalhadores.
Não vai ser fácil, pois algumas medidas terão de ser antipopulares e outras cortarão na “carne”, como o corte de ministérios e de cargos comissionados. Aliás, só desta maneira o presidente poderá revelar sua vontade de mudar e responder ao clamor da população pelo fim da corrupção e de tantas mordomias.
Ainda é muito cedo para previsões. Apesar disso, dá para perceber que as pessoas parecem ter tirado um grande peso dos ombros. As brigas se findaram e até aquelas amizades que ficaram estremecidas, por conta de posições políticas contrárias, começaram a ser retomadas.
Com esta condição favorável, Temer e seus ministros devem, a princípio, estancar qualquer tipo de gasto público que não tenha sido destinado a algum projeto anterior. Ao mesmo tempo, devem ser rígidos quanto aos planos atuais, na fiscalização e na punição daqueles que estiverem se beneficiando do dinheiro público.
Prefeitos e governadores terão de colaborar ainda mais com a retomada do País. Mesmo os que foram eleitos como membros do PT. Até porque agora o partido ficou marcado pelos desmandos e pelo descontrole administrativo.
O discurso de “golpe” se enfraqueceu e a nova onda política advinda das ruas mostra que as pessoas vão lutar pelo orgulho de ser brasileiro e nunca mais aceitarão serem ridicularizadas pelas atitudes desonestas de determinados políticos ou grupos partidários.
É certo que Michel Temer não foi o candidato apontado pela coligação PT e PMDB, porém ele conhece os meandros da política no Congresso, além de ser considerado um dos melhores negociadores nos bastidores do Planalto.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é o homem forte do presidente. A partir dele e com o apoio dos outros ministros, será iniciada a caminhada que mostrará a transparência nas contas públicas e determinará quais áreas deverão ter os primeiros incentivos.
Diante desse cenário, uma coisa é certa, a Previdência Social terá de receber uma atenção especial, pois é a responsável pelos maiores rombos na economia. Dela só saíam incentivos e não havia um programa de organização dos processos de novas aposentadorias. Além disso, muitos casos demonstravam e ainda demonstram injustiças, principalmente com relação às perdas durante os anos.
Da mesma maneira, a nova equipe terá de observar com muito cuidado os regimes tributário e trabalhista do Brasil, pois eles determinam grandes cargas que acabam achatando o processo de crescimento das empresas.
Temos aí, ainda, as leis de incentivo ao comércio e o fortalecimento da área de serviços. Ao mesmo tempo, deve-se olhar para o reaparelhamento, modernização ou mudança de foco do parque industrial. E se perguntar: o que cabe à indústria atualmente? Que tipo de direção ela deve tomar e a quem deve recorrer para deixar de patinar e perder postos de trabalho e investimentos?
Cada questão terá seu momento específico, mas todas elas têm sua importância. Isso porque durante os últimos governos o Brasil foi perdendo espaço para outros países ao pensar apenas no presente e se fechar às novas tecnologias. Não avançamos no modelo de captação de energia, não modernizamos nossos portos, aeroportos, sucateamos o transporte ferroviário e hidroviário de cargas, além disso apostamos no petróleo do pré-sal que nasceu e morreu deixando um enorme prejuízo.
Trabalho não faltará, mas não se pode deixar tudo isso de lado para administrar o caos simplesmente. É necessário investir e ousar daqui para frente, tomando o cuidado para não ocorrerem retrocessos. A bandeira política de Temer carrega esse ideal, contudo, só as atitudes irão comprovar se ele estará defendendo seu projeto para o Brasil. Agora é a hora. Não tem mais volta.