Até o fechamento desta edição, a Secretaria Municipal da Saúde não se manifestou quanto ao atendimento dado ao irmão da tatuapeense Lidiane Franco. Antonio Fernandes Neto deu entrada no PS do HMT no dia 22 de fevereiro, com complicações decorrentes de um quadro de hérnia umbilical. Ele foi internado e passou por cirurgia na madrugada de quinta para sexta, após ter feito um exame de raio-X e um exame de sangue.
No sábado, ainda internado e com forte desconforto abdominal, Neto, que não estava tomando nenhuma medicação após a cirurgia, começou a passar mal e verificou-se que ele precisa de uma nova cirurgia com urgência. Só que não havia cirurgião de plantão.
“Os médicos não conversaram nada com a gente, sobre o que aconteceu. Ele foi transferido as pressas para o Hospital Saboya, que fica no Jabaquara, e lá os médicos ficaram perplexos pelo fato do paciente não estar tomando antibiótico e nem estar com o dreno. Lá o meu irmão fez uma nova cirurgia e as condições hospitalares eram bem superiores ao do HMT. Muito melhores. Parecia até um hospital particular. Só que ele teve alta sem nenhum pedido de retorno ou de acompanhamento pós-cirúrgico. Achamos isso um absurdo”, comentou Lidiane.
Ainda no HMT, os familiares lamentaram a precariedade das instalações da internação e relataram a falta de cadeira de rodas, de equipamentos para o suporte de soro e medicações, além da falta de limpeza adequada. Eles também relataram terrem visto muitos equipamentos enferrujados e problemas em banheiros e janelas dos quartos.
MAIS PROBLEMAS
A reportagem também questionou junto à Secretaria Municipal da Saúde se o HMT está enfrentando uma crise administrativa, mas também não tivemos esta resposta. Mas poucos minutos em frente ao hospital, na entrada pela Rua Síria, são suficientes para crer que isso pode estar realmente acontecendo.
Ao perceberem que a imprensa estava no local, muitas pessoas nos procuraram para falar o que está acontecendo lá dentro da unidade. Uma senhora chegou a relatar a falta de medicamento para o tratamento de queimaduras, entre outros, assim como a demora para realizar determinados procedimentos.
Já a mãe de um menino que mora em São Miguel, e foi encaminhada para o HMT para fazer um exame de Raio X mais complexo, teria que voltar no dia seguinte porque o responsável pela realização do exame não havia comparecido à unidade. A mãe destacou que teria que deixar novamente o filho em jejum e refazer o longo trajeto da sua casa até o Tatuapé.