Fios soltos, abaulados, enrolados, cortados, descascados, pendurados ou entrelaçados. Quem anda pelas ruas do Tatuapé e região sabe que está se tornando cada vez mais frequente encontrar cenários com as características acima descritas.
E não é por falta de alertas. A Gazeta sempre publica em suas edições matérias relacionadas ao tema. Mas, infelizmente, na grande maioria das vezes, nenhuma providência é tomada.
Segue dois exemplos que ocorrem na Rua Cantagalo. Nas esquinas com as ruas Antonio de Barros e Boa Esperança, duas situações já tomaram as páginas deste jornal por, pelos menos, duas vezes. No primeiro endereço, um cabo grosso foi passado entre dois postes e, no segundo, vários fios estão caídos.
ACIDENTE
E quem não se lembra do trágico acidente na movimentada Rua Vilela, com um cabo de alta tensão, que vitimou um homem e deixou uma mulher internada em estado grave no Hospital Municipal do Tatuapé? Até o momento, ninguém sabe ao certo o que de fato aconteceu.
Não muito distante dali – basta percorrer apenas um ou dois alguns quarteirões próximos – para ver que a situação está fora do controle. Praticamente todas as citações de problemas levantados no início desta matéria foram encontradas nas ruas adjacentes.
Na semana passada, uma leitora entrou em contato, para alertar sobre um fio caído (não se sabe qual a sua origem) na Rua Antonio de Barros, perto da esquina com a Rua Serra de Botucatu.
“De repente me deparei com o fio e uma peça de metal na ponta praticamente batendo na minha cabeça. No local, é só olhar para cima e ver que situação mais deplorável a dos fios. Qual a segurança disso tudo?”, comentou a tatuapeense Maisa Gomes.
RESPONSÁVEIS
Com o objetivo de identificar quem são os órgãos responsáveis pela manutenção e fiscalização de todo este emaranhado “aéreo”, a reportagem entrou em contato com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e fez as seguintes perguntas: se o órgão era responsável pela fiscalização dos trabalhos realizados nos postes públicos, pelas empresas de telefonia e televisão, e, caso sim, qual a estratégia para tentar combater os problemas relacionados com a fiação. A resposta: “A fiação em postes públicos é responsabilidade da detentora da infraestrutura, ou seja, da proprietária do poste.”
Então, o que fazer diante de uma declaração como esta? Entrar em contato com a AES Eletropaulo? Foi justamente isto o que fizemos. A diferença é que perguntamos sobre a investigação para apurar as causas do acidente com o fio de alta tensão, no dia 17 de julho, no Tatuapé.
Quanto ao fio que atingiu um carro na Rua Vilela, a concessionária informou que as causas estão sendo investigadas pelas autoridades responsáveis e que a AES Eletropaulo também está prestando assistência para a família.
“A distribuidora acrescenta ainda que a última manutenção realizada na rede elétrica no local foi em abril deste ano, obedecendo o programa de inspeções da empresa. A concessionária recebe periodicamente fiscalização dos órgãos reguladores e realiza o seu plano de manutenção preventiva em toda sua rede de distribuição, de acordo com as Normas Brasileiras estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).”
A distribuidora explicou ainda que, segundo determinação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) – órgão regulador e fiscalizador do setor elétrico -, a AES Eletropaulo só pode manusear fios de energia elétrica.
“Quanto à fiscalização dos fios de telecomunicação, a concessionária esclarece que mantém notificadas as empresas que usam de seus postes, no sentido de que elas cumpram com as obrigações contratuais estabelecidas nos contratos de compartilhamento de postes, cabendo à Anatel exigir de suas empresas reguladas o devido cumprimento dessas obrigações.”
A AES Eletropaulo finalizou ressaltando que, uma pessoa, ao se deparar com qualquer fio solto, independentemente se for de energia elétrica ou de telecomunicação, deve entrar em contato com a concessionária por meio do 0800 7272 196.