Como já vínhamos comentando há algum tempo, o dia dele chegaria e não iria demorar. Ele provocou, desrespeitou o judiciário, e os juízes deram o troco na medida exata.
São muitas as denúncias. Renan é alvo de 11 inquéritos na Corte Suprema mas, pelo menos por uma, devemos começar e que esta seja a primeira de uma série.
Acusado de desviar recursos da verba indenizatória do Senado, por meio da contratação de uma empresa locadora de veículos, em 2005, só agora ele se torna réu, depois de 11 anos. Mesmo assim, se não tivesse ele se voltado contra os juízes, sem dúvida que esse processo continuaria dormindo nas gavetas do STF.
A decisão veio no exato momento em que a Câmara reprovou as medidas contra a corrupção, preparadas e divulgadas para a população pelo Ministério Público e que se mostravam absolutamente de acordo com o desejo do povo, indo ao encontro do que todos queriam, que era o enquadramento definitivo dos políticos nessa bandidagem que não tem mais fim.
Em contrapartida, aprovou a Câmara e mandou para o Senado, um conjunto de medidas absolutamente contrária a tudo e que incriminava a figura dos juízes e procuradores por abuso de autoridade, a ponto de os levar para a cadeia, ou seja, invertendo totalmente a ordem das coisas.
O Renan ainda tentou, no mesmo dia em que recebeu essas medidas, colocá-las em votação para nem dar tempo dos senadores pensarem em algo diferente. Mas, felizmente, os senadores votaram contra e, agora, há toda a possibilidade de recusar essas medidas aprovadas covardemente pelos deputados, aproveitando-se de um momento de imensa comoção de todo o povo pelo infausto passamento de 71 pessoas no trágico acidente com o time do Chapecoense, dirigentes e jornalista.
No mesmo momento os senadores deram o troco, para demonstrar que este País ainda tem leis e não pode ficar eternamente nas mãos de um senador que de há muito já deveria estar preso.
Agora há o pleito justo da OAB Nacional pedindo sua saída da Presidência do Senado, pois ele seria o segundo na linha sucessória do presidente da República e a Constituição proíbe que o presidente seja réu em processos, logo, numa eventual tomada de posse, ele estaria impedido.
Claro que ele irá resistir, assim como todos os seus companheiros, o que será mais uma vergonha. Depois dos nossos ex-presidentes, também um presidente do Senado nestas condições. Realmente nosso País está em frangalhos, não consegue reunir os cacos para se reestruturar, foi a destruição total de difícil reconstrução, apesar dos esforços.
Aquela luz no fim do túnel que se ascendeu no momento em que Temer assumiu, parece que está se apagando. Houve uma tentativa de reanimação, de retomada, mas parece que já parou. A economia continua agonizando e não mostra sinais de que poderá reagir.
Nada neste momento sinaliza nesse sentido.
As medidas que pareciam que sairiam a todo vapor, estão engavetadas. O presidente só se vê no meio de grandes discussões com seus ministros que em nada lhe ajudam.
Triste e lamentável o que continuamos a assistir. As prometidas reformas política, previdenciária e trabalhista não saem do papel. Ao invés de discutir-se estes assuntos, estamos gastando gás e fôlego ainda com a busca dos corruptos e estes se defendendo, tentando, a qualquer preço, bloquear as medidas que os atingirão, especialmente neste momento em que se espera a grande delação da Odebrecht.