Apesar das obras de implantação de fiação subterrânea terem sido programadas para a Rua do Gasômetro, no Brás, única da Zona Leste a receber a melhoria, os maiores beneficiados continuam sendo os moradores de regiões mais nobres da cidade. A partir desta afirmação, o engenheiro e urbanista Vagner Landi revelou sua indignação com relação à maneira como a Prefeitura trata este problema.
PÉSSIMO VISUAL
Segundo ele, as concessionárias de telefonia, eletricidade, Internet e TV a cabo tratam a cidade com total descaso. “Somos obrigados a conviver com uma paisagem urbana que chega a ser ofensiva de tão feia. Enquanto isso, os governos municipal e estadual não pensam em investir na modernização da cidade”, reclama Landi.
O engenheiro acusa a Eletropaulo de ser uma das principais responsáveis pelo péssimo visual da cidade. “São milhares de postes espalhados e não há nenhum tipo de discussão com preocupação urbanística e que pretenda recuperar o estrago feito pela empresa todos os dias nas calçadas”, aponta. Conforme Landi, para quem paga um dos IPTUs mais caros do Brasil, deveríamos ser mais respeitados.
MAIS POSTES
Em uma avaliação feita pelo próprio urbanista, ele notou que o crescimento desordenado da cidade, seja nas áreas mais pobres ou nas mais nobres, tem contribuído para outros abusos. No caso dos postes, por exemplo, Landi afirma que muitos dos postes colocados nas calçadas, quando perdem seus potenciais estruturais são deixados no local ao invés de serem substituídos. Como solução, a Eletropaulo instala um novo poste ao lado, pois é mais fácil e rentável.
AFRONTA
“Isto é uma vergonha. Uma afronta à população, pois há calçadas que um deficiente físico ou uma pessoa com mobilidade reduzida não consegue caminhar ou passar por obstáculos devido ao grande número de postes em certos trechos das ruas”, ressalta o engenheiro. Ele salienta que quando a Eletropaulo decide fazer alguma reposição, a empresa deixa toda a outra fiação, de empresas de telefonia e TV a cabo, totalmente solta à espera de que algum morador faça uma reclamação.
“Enquanto não for aprovada uma lei, com prazo determinado, para que estas empresas apresentem um projeto de reurbanização de adequação destes equipamentos urbanos, e consequente revitalização das calçadas, nas quais as fiações deverão ser embutidas, ficaremos só nas promessas, numa cidade que o Plano Diretor é tratado como piada e não é cumprido ao pé da letra”, finaliza.
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