Os mesmos fatores que influenciam na disseminação da dengue valem para outras arboviroses – como são chamadas as doenças transmitidas por insetos e outros artrópodes. Uma que tem gerado preocupação no Brasil é a febre Oropouche, transmitida no meio urbano pelo pernilongo comum (Culex quinquefasciatus) e no meio silvestre pelo maruim (Culicoides paraensis). Até então, o vírus provocava casos isolados na Amazônia, mas infecções têm sido registradas em regiões incomuns como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Piauí, Roraima, Minas Gerais, Amapá, Bahia e Pernambuco.
VARIANTE DO VÍRUS
Em 2023, foram 831 casos confirmados; este ano, já são mais de 7 mil, segundo o Painel Epidemiológico do Ministério. O aumento se deve, em parte, à ampliação das testagens nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN), mas também aos impactos das mudanças climáticas e mutações do vírus.
“A reemergência de Oropouche foi associada a uma variante do vírus, sugerindo que mesmo os indivíduos previamente expostos estão em risco de uma reinfecção e de desenvolver doença sintomática”, diz José.
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS
O infectologista destaca a necessidade de investigar a relação entre a infecção de gestantes e malformações congênitas em recém-nascidos, como acontece com o Zika. No início de agosto, o Ministério da Saúde registrou um caso de microcefalia possivelmente associado à Oropouche no Acre – o material genético do vírus foi encontrado no bebê, que acabou indo a óbito com 47 dias de vida. No entanto, o órgão afirma que a correlação direta ainda precisa de uma investigação mais aprofundada.
Gestantes devem buscar atendimento e informar ao profissional de saúde responsável pelo acompanhamento pré-natal em caso de sinais e sintomas compatíveis com arboviroses, como febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tontura, dor nos olhos, calafrios, náuseas e vômitos.
PREVENÇÃO
A colaboração da população é fundamental para reduzir a circulação de vírus como da dengue e da Febre Oropouche, e pequenas ações do dia a dia podem ter um grande impacto. O Ministério da Saúde elenca as principais medidas preventivas que podem ser adotadas. Confira.
- 1 Faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana para eliminar água parada em vasos e outros recipientes que podem se tornar criadouros,
- 2 Higienize potes de água de animais de estimação;
- 3 Tampe caixas d’água e outros reservatórios;
- 4 Coloque areia nos vasos de plantas;
- 5 Não acumule sucata e entulho.
- 6 Guarde pneus em locais cobertos;
• 7 Amarre bem os sacos de lixo; - 8 Mantenha as calhas de casa bem limpas;
- 9 Instale telas em portas e janelas; #10 Aplique repelentes recomendados pela Anvisa, à base de DEET, icaridina e IR 3535;
- 10 Em caso de sintomas, não se automedique e procure uma unidade de saúde (a automedicação pode levar a reações graves, como hemorragias, e até a morte).