Sr. redator:
“Eu, José dos Santos Madeira, morador da Rua Fernandes Pinheiro, 288, Tatuapé, peço a colaboração deste conceituado jornal para que seja publicada matéria sobre a situação de vulnerabilidade em que eu e minha esposa, Olimpia Batista Madeira, nos encontramos desde outubro de 2016, em virtude da edificação de uma obra de propriedade de Gabriela Trindade Rezende, e que está localizada no número 288-A, da mesma rua.
A nova construção não nos permite as condições mínimas de habitabilidade (conforto térmico, umidade, ruído, ventilação, iluminação e salubridade) devido à maneira como vem sendo conduzida.
Esclareço que já fizemos denúncias aos órgãos competentes como CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) e Prefeitura Regional Mooca e que a obra foi embargada dia 24 de janeiro deste ano por um agente vistor. Porém, descumpriram as ordens e os trabalhos prosseguiram até o dia 10 de março último, quando a construção sofreu novo embargo e, por enquanto, está parada.
Minha filha esteve na Delegacia do Idoso em 15 de março e foi lavrado um Boletim de Ocorrência. No dia 16 de março, estiveram em minha casa policiais civis que fotografaram as diversas avarias (muro que nos tirou por completo claridade e ventilação, acúmulo de mosquitos e a destruição de uma mureta que me auxiliava a chegar à rua). Também verificaram a questão da poeira, que agravou meu estado de saúde, pois tenho asma e DPOC, além de acompanharem o agravamento do quadro de saúde de minha esposa, de 88 anos. A polícia anotou cada detalhe e ainda acrescentou problemas como rachaduras nas paredes, quebra de várias telhas e retirada do beiral do telhado da casa, onde estavam as calhas, danificando ainda mais minha residência, na qual nasci.
Para completar esse quadro de absurdos, os funcionários da obra ‘concretaram’, por duas vezes, o carro da minha filha, que é utilizado para o trabalho e para levar a mim e minha esposa a médicos, pois estivemos internados algumas vezes nos último anos. Minha filha vem recebendo telefonemas de pessoas que depreciam o nosso imóvel desejando adquiri-lo. Temos vivido um verdadeiro inferno de Dante.”
José dos Santos Madeira