Entidades querem chamar a atenção do governo para a desaceleração do setor industrial
Cerca de 10 mil pessoas se reuniram na manhã de quarta-feira, dia 4, no estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo para participar do “Grito de Alerta”, manifestação de trabalhadores, empresários e estudantes contra o processo de desindustrialização do País.
Na Zona Leste, o “Grito de Alerta contra a desindustrialização e pelo emprego – A indústria da Zona Leste exige respeito”, ganhou apoio de integrantes do Ciesp e da Fiesp. De acordo com o diretor regional do Ciesp Leste, Ricardo Martins, o assunto merece atenção. “Trata-se de um movimento nacional. O mercado brasileiro perde muito para a importação de produtos e com a ‘chamada guerra fiscal’ entre os Estados. Queremos competir igualmente com a China e também com outros países e Estados brasileiros”, avaliou.
ALTOS TRIBUTOS
Na avaliação de Ricardo Martins, “enquanto os outros Estados como o de Minas Gerais, por exemplo, cobram 4% de ICMS, São Paulo cobra 18%. Aí eu pergunto: onde você vai querer instalar a sua indústria? Além disso, a alta carga tributária acaba por desestimular a produtividade”, questionou.
De acordo com Martins, a Zona Leste tem áreas com grandes potenciais. “Itaquera e Artur Alvim são locais que têm este potencial. Entretanto, se não acharmos uma solução conjunta a cidade como um todo acabará perdendo. Hoje o êxodo industrial é notável. Agora, é importante lembrar que há um diálogo aberto entre Prefeitura, Estado e Governo Federal, que já apresentaram algumas medidas. Mas, ao meu ver, são paliativas”, avaliou.
RESOLUÇÃO 72
Outro ponto importante na visão do diretor regional do Ciesp Leste é a votação da Resolução 72/2011, de autoria do senador Romero Jucá, que fixa alíquotas do ICMS nas operações interestaduais para bens e mercadorias trazidas do exterior. “Isso é muito importante, pois irá contribuir para a diminuição da discrepância que existe hoje em dia com relação à competitividade”.
MEDIDAS FEDERAIS
Na terça-feira, dia 3, o Governo Federal lançou em Brasília um pacote de medidas para aumentar a competitividade das empresas nacionais. No dia seguinte, foi publicado no ‘Diário Oficial da União’ duas medidas provisórias e alguns decretos presidenciais para regulamentar as medidas do pacote de estímulo à competitividade da indústria, que desonera a folha de pagamento de 11 novos setores e viabiliza crédito mais barato por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de instituir um novo regime automotivo entre 2013 e 2017.