De acordo com Alice Américo, chefe da seção de monumentos do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), a partir de amanhã, segunda-feira, dia 6, integrantes da equipe da empresa de restauros, Julio Moraes, estarão no Ceret para tirar o molde dos braços da Estátua de Davi.
O objetivo é fazer o restauro de uma outra réplica, que encontra-se no Liceu de Artes e Ofício de São Paulo. O local pegou fogo, algumas peças foram danificadas e, por isso, a empresa realiza o trabalho de recuperação de várias obras.
“Fomos no dia 1º de fevereiro no Ceret para ver o local e a peça. Será colocado um andaime e, como está faltando um dedo na peça que lá está, a empresa até se dispôs a fazer um novo e colocar. Também será feita uma limpeza e a peça ganhará uma nova pintura. Inicialmente não se trata de um restauro”, explicou à reportagem Alice.
Para o diretor do Ceret, Mohamede Mourad, este será o início para o trabalho do restauro da peça. “Esta é um luta que vem anterior à minha gestão. Desde março de 2013, quando entrei no Ceret, estivemos com várias organizações daqui do bairro, fomos até o secretário municipal, tentamos reformar a peça, mas não conseguimos nada. Aparentemente ela não está tão danificada como todos achavam.”
Paralelo a este processo, também na semana passada, a reportagem foi procurada pelo restaurador Romualdo Nogueira de Oliveira, e por Roberto Gamero, ambos da BacterTec Tecnology. Eles, depois de lerem uma reportagem neste semanário, sobre a necessidade de atenção para com os monumentos Estátua de Davi (Ceret) Monumento Pátria e Família (Avenida Celso Garcia) e Índio Ubirajara (no Belém), iniciaram um estudo para posterior autorização para restaurar a réplica da Estátua de Davi.
Entre as informações levantadas está que, Michelangelo, artista do Renascimento, levou três anos para concluir a famosa escultura de Davi, de 5,17 metros de altura. Criada em 1504, foi um pedido feito pelo primeiro chanceler da república de Florença (Roma) Piero Soderini. A obra original permaneceu em frente ao Palazzo Vecchio, na Piazza Della Signoria, até 1873. Logo depois foi transferida para a Galleria dell’Accademia, em Florença, onde pode ser admirada atualmente. Na praça ficou uma réplica.
“Nossa empresa tem a autorização do IPH – Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo – e gostaríamos muito realizar o trabalho de restauro. Só que, para isso, precisamos da ajuda da iniciativa privada para levantarmos os recursos necessários”, disse o restaurador Romualdo.