Localizado entre os rios Pinheiros e Tamanduateí, o Pari comemorou seus 446 anos de existência, na última quarta-feira, dia 9. A história do bairro teve início a partir da formação de uma aldeia de pescadores que se expandiu após a criação de ferrovias e a imigração europeia nos séculos XVIII e XIX. Segundo historiadores, o nome do bairro refere-se a um instrumento de taquara ou cipó utilizado para pesca artesanal e que era comum na região.
‘HISTÓRIAS DO PARI’
Os moradores, considerados “parienses”, contam que agora a força da região está voltada ao comércio popular de rua. De acordo com o aposentado Jayme Ramos, autor do blog “Histórias do Pari”, o bairro não foi fundado como a maior parte das áreas vizinhas. Por não ter uma criação fixa, ele foi se formando, se expandindo.
ESTRADAS DE FERRO
Seu crescimento se deu com as estradas de ferro, quando se tornou um bairro operário e bem localizado, no caminho para o centro da cidade. “Lembramos com orgulho da história do bairro, que tem um traço operário e industrial têxtil e, atualmente, passa por uma grande transformação”, explica Ramos.
IMIGRANTES
Moradora do Pari, Fátima Martins Capela Lombardi diz que sua família era uma das mais tradicionais do bairro, onde nasceu em 1950. “O Pari é composto, principalmente, por imigrantes, ou famílias de imigrantes, sejam portugueses, como é o meu caso, italianos, espanhóis e também migrantes do interior ou de outros Estados.
BAIRRO AMISTOSO
O bairro parecia uma pequena cidade onde todos se ajudavam e se davam bem. Era um bairro amistoso”, diz ela. A irmã de Fátima, Marlene, já falecida, fez, quando ainda era criança, um hino em homenagem ao bairro. A música retrata cenas típicas locais, com trechos citando “crianças em algazarra”, “pagodes e batucas”, o rio Tamanduateí, as “pombas e os bem-te-vis”.
ESCOLA DE VIDA
O hino foi registrado em cartório em 2007 e, desde então, um projeto de lei tramita para que ele se torne “oficial”. “O Pari, para mim, é uma escola de vida e de amizades que guarda uma parte boa da minha história e da história da cidade. Tudo passa por aqui”, diz o filho de Marlene, o jornalista Wagner Wilson. O comunicador é um dos moradores mais nostálgicos do Pari e participa ativamente de eventos locais. Wilson é conhecido por seu trabalho voluntário na Paróquia Santo Antônio do Pari, ponto turístico do bairro e conhecido pelas celebrações em homenagem ao santo casamenteiro.