Apesar de a lei 15.442, de setembro de 2011, que estabelece a responsabilidade pela construção, conservação, reforma e manutenção das calçadas ter sido regulamentada no último dia 10 de abril, conforme anunciou a Gazeta, a situação do calçamento em torno do Clube Escola Tatuapé continua sem reparos e sem melhorias.
E como publicado na edição de número 1.903, do período de 15 à 21 de abril de 2012 deste semanário, os problemas de rachaduras, deterioração do solo e falta de acessibilidade continuam presentes nas calçadas, principalmente no acesso ao clube pela Rua Mont Serrat. Há mais de um ano, nenhum reparo foi feito para revitalizar o acesso ao Clube Escola.
Outro problema é sobre o aparo das árvores que cercam os muros do clube, também na Rua Mont Serrat. A reclamação é de que na parte da noite, as árvores que têm seus galhos caídos para o lado de fora do clube, dificultam ainda mais a iluminação do local, fazendo com que muitos pedestres atravessem a rua por medo de passar pelo lado escuro da calçada e até mesmo por não enxergarem o solo que possui muitas inclinações e irregularidades.
DO LADO DE DENTRO
O clube é frequentado por inúmeros moradores da região e é responsável por oferecer atividades de ginástica, futsal masculino, Tai Chi Chuan, basquete, voleibol, handebol, caminhada, capoeira, ginástica feminina, futebol de campo, boxe, gatebol e bocha. Porém, parte dos serviços oferecidos não são realizados, como por exemplo, as aulas de ginástica, que eram realizadas durante o período da manhã.
Os usuários informam que há mais de 16 anos, uma professora era responsável por lecionar as aulas. Mas, há pouco mais de um mês, ela foi transferida para outro clube do bairro e os alunos não foram avisados pela secretaria, inclusive a professora também não sabia sobre a decisão. Além disso, elas não foram substituídas por outro profissional, fazendo com que os alunos não tenham mais aulas com atividades físicas na parte da manhã.
“Agora só tem um professor para aulas de ginástica na parte da noite, das 18h às 19h, o que fica ruim para nós, pois estamos acostumadas a nos exercitar na parte da manhã”, disse uma moradora, que não quis se identificar, que frequenta o clube há mais de dez anos e sente falta das aulas em que participava.
Os aparelhos que ficam na praça de ginástica também são problema, segundo outra usuária e moradora do bairro, que não quis se identificar. “Só podemos usar essa cadeirinha que é como se fosse uma bicicleta ergométrica. Os outros aparelhos não têm utilidade nenhuma, quase nunca são usados. Além de serem de madeira, já vi que em outros locais da cidade existem novos aparelhos que transformam as praças em verdadeiras academias, por que aqui é diferente?” ressalta.
O morador Eduardo Lamberti, que sempre leva seu cachorrinho para passear no clube informa que outra situação visível e ruim para as instalações são a altura dos gramados de dentro do parque. “Esse mês melhorou um pouco, mas sempre que frequento aqui vejo a quantidade e o tamanho do mato que precisa ser aparado”.
NÃO PODE ACABAR
Os frequentadores do clube também têm medo de que o lazer e entretenimento oferecido pelas instalações acabem por falta de manutenção. O metalúrgico aposentado Francisco da Silva que fazia aulas de dança no Clube Escola Tatuapé disse que o parque tem de oferecer boas instalações para que continue a ser frequentado. “O clube tem que estar bonito, tem que transmitir alegria. A gente tem medo de que tudo isso acabe por falta dos cuidados das autoridades responsáveis”, informa.
EM REPOSTA
Procurada para esclarecer os motivos da falta de manutenção por tanto tempo, a Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação (SEME) em nota disse que constatou a necessidade de reforma das calçadas do clube e que está em contato com a supervisão de esportes da Subprefeitura da Mooca para dar início à licitação para realizar as obras. Sobre o término das aulas de ginástica no período da manhã e poda das árvores, até o fechamento desta edição, a SEME não se pronunciou.
A Subprefeitura da Mooca é o órgão responsável pela implementação dos novos aparelhos de ginástica na região. Em depoimento, a instituição informou que a subprefeitura não recebeu solicitações ou reivindicações para intermediar a instalação de novos equipamentos de ginástica no Clube Escola Tatuapé e que enviará um ofício à SEME solicitando que seja feita uma visita técnica no local, no intuito de promover melhorias no interior do parque.