Este homem era um tatuapeense por adoção. Nascera em Propriá, Sergipe, em 18 de julho de 1937. Filho de João Carvalho e de d. Comélia Guimarães Carvalho, ambos pernambucanos de São José Belmonte. Além de Cleber, o casal teve outros dois filhos: Antonio Onias e Ester Onias.
Veio para o Tatuapé aos sete anos de idade e nunca mais abandonou o bairro. Estudou na Escola Primária Mista Humberto de Campos, a seguir no Ginásio Estadual do Tatuapé (atual EESG. Prof. Ascendino Reis) e finalmente na Escola Técnica 30 de Outubro, na qual diplomou-se em administração de empresas.
Na década de 50, os festejos do quarto centenário de São Paulo empolgou um grupo de estudantes tatuapeenses, oriundos do extinto Ginásio Fernão Dias e do Ginásio do Tatuapé: Airton Pretini, Herlis Moidano, Cleber Onias Guimarães, Olímpio de Morais, Miriam Filetto Cominato, Maura Duarte Moreira e outros. A empolgação levou-os a fundar o Grêmio Recreativo Estudantil do Tatuapé. Passaram a se reunir nas dependências da EEPG Visconde de Congonhas do Campo. Izaura da Silva Rabello, professora desta escola, juntou-se ao grupo imprimindo-lhe a marca do seu talento.
Bailes diversos, ora na casa de um, ora na casa de outro, peças de teatro amador no salão do Sesi, piqueniques em Vila Galvão e outros eventos passaram a ser realizados pelo grêmio recém-formado.
Quando este se consolidou, a rapaziada começou a sonhar com vôos mais altos. Neste ponto foi fundamental a participação de diversos clubes da região, destacadamente o Clube dos 40, o mais requintado. Foram inesquecíveis os bailes realizados em seu salão.
O Destemido e a A.A. União Tatuapé também cediam seus salões para a realização desses elegantes bailes. A partir de 1957 as festas passaram a ser realizadas e patrocinadas pelo Sepa Country Clube, sob a direção de Cleber Onias.
Anos mais tarde, além dos eventos festivos, o Sepa começou a desenvolver um trabalho comunitário. Inúmeras reivindicações se concretizaram em todo o bairro: creches nas Estações do Metrô, creches comunitárias, plantio de árvores, contrução do Viaduto Azevedo, reforma da Praça Silvio Romero e muitas outras.
Aos poucos as atividades do Sepa foram passadas para o Conselho Comunitário do Tatuapé e Vilas Adjacentes, outra entidade fundada e presidida por Cleber Onias. Esta passou a dirigir as festividades do aniversário do bairro. Importante também a realização da Campanha do Agasalho patrocinada por ela todos os anos.
A entidade realiza reuniões quinzenais, com a participação dos seus conselheiros, nas quais são analisados e discutidos os assuntos de maior relevância da região.
O Conselho foi criado com o intuito de agrupar as diversas entidades regionais objetivando unificar tendências e somar esforços para concretizar ações. Entendia seu fundador que com a unificação das entidades seria mais fácil conseguir a realização de benfeitorias e sanar os vários problemas do bairro. Algumas entidades somaram com o Conselho Comunitário; outras continuaram a realizar suas atividades separadamente.
Cleber Onias Guimarães foi casado com d. Neusa Onias, brasileira, empresária. O casal teve três filhos: Kleber, Andrea e Douglas. Cleber comandou suas empresas: Sepa Country Club, Sepa Centro Comunitário e Sepa-Convênio Médico e Óticas Lider, coadjuvado por sua esposa, filhos, genro e noras.
Cleber dizia-se espiritualista e politicamente apartidário. Não praticava esporte algum, mas foi um dos maiores incentivadores do futebol de salão. Chegou a ser presidente da entidade patrocinadora desse esporte. O seu Sepa Country Clube foi Campeão Paulista de 1977 e Campeão Brasileiro da Região Sul. Homem de hábitos simples, seus passatempos preferidos eram os programas de esporte e os noticiários da TV e a leitura. Tatuapeense fervoroso, pressentia um glorioso futuro para o nosso bairro.
Pouco antes de falecer, em 6 de julho de 2000, viu realizado um sonho acalentado de longa data, a entrega do auditório da Biblioteca Hans Christian Andersen totalmente restaurado. Primeiramente com Sonia Maria Rebouças, chefe da biblioteca anterior e depois com Eulália Maria Câmara Lobato, durante três ou quatro anos dedicara-se a convencer as autoridades municipais sobre a necessidade daquela reforma. Cleber faleceu em 25 de agosto de 2000, pouco depois da reinauguração do teatro