Carlos Pinto de Oliveira Sá nasceu no bairro do Belenzinho em 13 de maio de 1924. Veio para o Tatuapé em 1930, portanto com seis anos de idade. Fez seus primeiros estudos no G.E. Erasmo Braga e o secundário no Colégio Duarte de Barros. Mais tarde integraria o quadro de funcionários da Secretaria da Segurança Pública, entidade que só deixou ao se aposentar, após 30 anos de serviços prestados.
Em 1939, juntamente com Kamal Chain, Durval Jardim e outros, fundou o Tupinambás, equipe de futebol varzeano do bairro. Como tantas outras, o Tupinambás não possuía sede. Com o consentimento dos irmãos Homero e Heitor Fontes, proprietários do Bar e Bilhar Urca, localizado na Avenida Celso Garcia, defronte ao Ginásio Fernão Dias, os diretores e jogadores começaram a se reunir nas dependências do estabelecimento.
Agradecidos pelo gesto de boa vontade desses homens, resolveram mudar o nome do clube para Grêmio Urca. Denominação que se manteria até meados da década de 50, quando a agremiação foi desativada. No entanto, os velhos craques e diretores, alguns já avós, se reunem uma ou duas vezes por ano até os dias atuais.
Carlos, católico praticante, foi congregado mariano vicentino da Paróquia Cristo Rei. Nesta, participou e dirigiu sua excelente equipe de futebol, que entre outros títulos conquistou o do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo, em torneio do qual participaram equipes das congregações. Também fez parte do seu corpo cênico, como animador dos seus atos variados. Escreveu uma peça em 3 atos: “A ciganinha”, levadas à cena em vários palcos da cidade, sempre com grande sucesso.
Carlos Sá foi casado com d. Malvina Boccia de Oliveira Sá. O casal teve três filhos: Silvio, Silas e Sidnei. O primeiro filho dedicou-se à carreira de comunicador, o segundo é executivo de uma grande empresa, o terceiro é promotor público em Poços de Caldas. Entre as inúmeras atribuições do seu trabalho e as atividades comunitárias, Carlos sempre encontrava tempo para acompanhar os estudos dos seus filhos. Em face disso, foi presidente e vice da Associação de Pais e Mestres do G. E. Erasmo Braga.
Nos anos áureos da Sociedade Amigos do Tatuapé – SAT –, Carlos Sá foi seu diretor social e tesoureiro. Juntamente com o atual vereador Toninho Paiva, na época presidente da entidade, promoveu incontáveis shows musicais e dançantes, competições esportivas e eventos sociais. Na década de 60, a Sociedade Amigos do Tatuapé deu início às festividades comemorativas de aniversário do bairro.
Após muitos anos de realizações e conquistas de melhorias para o bairro, por desinteresse dos seus membros, a entidade ficou estagnada. Em 1996, inconformado com tal situação, Carlos Sá reuniu novas lideranças e resolveu reativar a SAT. Eleito presidente, deu reinício às atividades da velha e respeitada entidade. Já no final de sua gestão, Carlos Sá adoeceu gravemente, vindo a falecer em 18 de fevereiro de 2000.
No entanto, seus esforços não foram em vão, pois Waldir Fratucci, Álvaro Silva, Dinael W. Milochi, Dirceu de Paula Brasil, Alfredo Luiz e outros, deram continuidade ao seu magnífico trabalho. Atualmente a SAT tem sede na Praça Pádua Dias, 135. Além da SAT, no mesmo espaço funcionam a Associação Paulista de Hipertensos, sob a direção de Gerson Cassiano e o Conseg da 30ª DP. que lá faz suas reuniões.
Em 1997, Carlos Sá e o Dr. Álvaro Silva deram todo o apoio e respaldo necessários para a elaboração do livro sobre o bairro: “Tatuapé – Ontem e Hoje”, de autoria de Pedro Abarca, publicação da Rumo Gráfica Editora Ltda. Foi fundamental a ajuda de ambos na apresentação dos remanescentes de velhas famílias e de inúmeras pessoas que prestaram depoimentos sobre os fatos ocorridos. Não só isso, deram também indicações sobre locais onde existiram chácaras, campos de futebol, casas comerciais e indústrias.