Empresas que vendem água por meio de caminhões-pipa em São Paulo relataram mudança no perfil de seus consumidores nas últimas duas semanas. Acostumadas a atender obras e indústrias, as companhias agora começaram a realizar o abastecimento também em condomínios e residências.
Na empresa Água Leste, localizada na Vila Jacuí, a mudança foi sentida quando os termômetros bateram os 37,8ºC, no dia 17 de outubro. Já na quinta-feira, dia 23, quando a temperatura era de 17ºC, os pedidos haviam se normalizado. O proprietário Leonardo Laguno, disse que o aumento na demanda foi de aproximadamente 30% e que a principal solicitação é para o armazenamento. “As pessoas estão pedindo para estocar, pois estão com medo de faltar. Isso é bom para o nosso negócio, mas é triste ver as pessoas sem água. Apesar de tudo, eu torço para que chova logo”, afirmou.
O proprietário conta ainda que nem sempre é possível atender ao novo público. “A gente faz o que pode e tenta atender todo mundo, mas residências e condomínios não são nossos clientes usuais”, revelou.
PREJUÍZO
Em uma das filiais da empresa Globo D’água, na Mooca, o aumento na procura não irá colaborar tanto com as vendas. De acordo com Murilo Araújo, um dos funcionários do local, o poço que a companhia utilizava para abastecer seus caminhões secou e o atendimento precisou ser reduzido.
“Não tem água para carregar. Não choveu, então, não temos. Já perdemos clientes, inclusive por conta disso. Estamos recomendando outras empresas ou pedindo para que eles aguardem o abastecimento da Sabesp mesmo”, conta.
De acordo com ele, o problema tem ocorrido há pelo menos 20 dias e afeta os negócios. “Nós fazíamos ao menos duas viagens por dia, agora não estamos conseguindo fazer nem isso. Não compensa”, afirma Araújo.