Área problemática do bairro do Belém, a parte de baixo do Viaduto Guadalajara foi, durante anos, abrigo de um grande número de moradores de rua. Criticado por moradores, vizinhos e por presidentes de instituições da região, o espaço não recebeu a devida atenção da Prefeitura e acabou sendo responsável por problemas relacionados à falta de segurança. De acordo com pessoas que passavam pelo local, elas eram ameaçadas pelos sem-teto e muitas vezes tinham seus pertences tomados, como celulares, bolsas e outros objetos.
Com a intenção de dar um fim ao calvário dos moradores, a Prefeitura, por intermédio da Subprefeitura Mooca, cercou com alambrados os baixos do viaduto para a implantação do Ecoponto Belém, inaugurado na última quarta-feira, 6. Segundo a assessoria da Subprefeitura Mooca, os moradores que viviam sob o viaduto foram encaminhados para o Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
HISTÓRICO
A questão envolvendo moradores de rua no Belém é crônica, pois, como muitos homens e mulheres não aceitam seguir para albergues existentes na região, parte deles acaba se acomodando pelo bairro. O Largo São José do Belém, por exemplo, teve suas mesas e bancos, que eram voltadas para o lazer de idosos, transferidas para a lateral do Viaduto Guadalajara. No entanto, as pessoas residentes no entorno disseram que nem por isso os sem-teto se afastaram do largo.
SOCIEDADE AMIGOS
Situação parecida vive a Sociedade Amigos do Belém, cuja sede fica sob o viaduto. Isso porque, no período da noite, muitas pessoas costumam se acomodar na frente da instituição, inclusive em dias de reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg). Para o vice-presidente do Conseg, Norberto Mensório, o tema continua sendo delicado e de difícil solução. “O aproveitamento do espaço para a implantação de um equipamento público foi muito útil, porém não conseguiu resolver a questão do encaminhamento dos homens que moravam sob o viaduto”, disse.
“SOPEIROS”
Para Mensório, outro ponto que agrava ainda mais a situação no bairro diz respeito a determinados grupos ou instituições, denominados popularmente como “sopeiros”, responsáveis pela distribuição de comida para os moradores de rua. “Isso faz com que os sem-teto se acostumem com o benefício e continuem vivendo nas ruas”, apontou o vice-presidente. Com relação à falta de segurança sob o viaduto, ele completou afirmando não ser mais um problema tão grave como era antes.