Sr. redator:
“Que me perdoe o vereador Toninho Paiva, por quem tenho apreço e gratidão, mas não posso concordar com o que ele disse, pelo menos com o pequeno texto publicado, sobre a Operação Urbana Celso Garcia, na edição de 17/06, da Gazeta do Tatuapé. Concordo que não há condições no momento para implantar a Operação Urbana.
Concordo que um alargamento da avenida é praticamente impossível, pois o próprio poder público está construindo novos edifícios para abrigar os moradores da favela Nelson Cruz e também das invasões, e esses prédios estão no mesmo alinhamento dos antigos. Portanto, um corredor para ônibus seria praticamente inviável de ser implantado. A não ser que os automóveis fossem definitivamente impedidos de por ela trafegar (hoje, mesmo com a proibição de tráfego no sentido centro, vemos inúmeros carros e nenhuma fiscalização). Aí sobraria um pouco de espaço e talvez fosse possível um corredor.
Moro no Belenzinho há mais de 30 anos, próximo à avenida e utilizo o Metrô e também ônibus que trafegam por essa via. Tenho visto com tristeza a degradação crescente dessa importante artéria que liga o centro à Zona Leste. Conheci as grandes lojas que nela havia (A Sensação, Pirani, A Exposição; os cinemas (Universo, Roxi, Brás Politeama, São Jorge etc.). Cheguei a ver (e utilizar) os bondes. Movimento intenso de pedestres.
Hoje, o que se vê é sujeira, lixo jogado por toda a parte, móveis velhos. Inúmeros imóveis abandonados e outro tanto, invadidos e transformados em habitações sub-humanas. O asfalto, então nem se fala: cheio de buracos, remendos, ondulações. Há muito tempo não é feito um recapeamento decente, apenas remendos que se desfazem com qualquer garoa por causa do material de qualidade inferior.
Pelo menos uma limpeza, revitalização, é possível. E necessária! Quanto a dizer que o Metrô traria mais resultados à população do que o corredor, discordo. É uma declaração infeliz. O Metrô Leste Oeste, linha Vermelha já está saturado.
É o maior sufoco para conseguir embarcar e viajar superapertado, no horário da manhã, na estação Belém. Mesmo se for idoso, pois só reservam duas portas no primeiro vagão para deficientes, idosos e grávidas. O trem já chega com esse vagão lotado, pois nas estações anteriores as pessoas embarcam pelas outras duas portas e dirigem-se ao espaço reservado.
Sem contar com os atrasos causados pela população que precisa e insiste em embarcar e segura as portas, causando atraso. Chega-se a aguardar a próxima composição por aproximadamente 2 a 2,5 minutos! Ou mais! Temos ainda as constantes quebras. Por várias vezes foi preciso embarcar no trem e ir até a estação Carrão ou mesmo Penha, para lá conseguir embarcar em direção à Barra Funda.”
Gilberto Villalva